4 de dezembro de 2009

Momento Histórico com Homenagem a Sastre


Antônio Sastre nasceu em 27 de abril de 1911 em Buenos Aires na Argentina, e para quem ainda não sabe foi um dos maiores jogadores argentinos de todos os tempos ao lado de Di Stéfano e Maradona. 

Sastre iniciou sua carreia no Independiente da Argentina, onde fez história. Era um jogador que atualmente todo técnico de futebol sonha em ter no time, um verdadeiro curinga, pois era meia-esquerda, mas também jogava como zagueiro e lateral esquerdo.  Era um craque na mais fiel e imprescindível adjetivação, um jogador com tal noção tática que só viria a ser criada três décadas depois, pelo famoso carrossel holandês. Sastre sabia jogar e muito bem por todos os lados do gramado.

No Independiente Sastre formou ao lado de Vicente De la Mata e o paraguaio Arsenio Erico a linha de ataque que ficou conhecido como "a linha diabólica", pois o ataque do clube rubro marcou incríveis 555 gols.

Jogando pela seleção Argentina Sastre fez partidas memoráveis. Os torcedores argentinos lotavam os estádios para vê-lo jogar. Também jornalistas europeus se arriscavam a atravessar o Oceano Atlântico para ver de perto este mágico da bola atuar. Suas jogadas eram de tal peculiaridade que as notícias se espalhavam pelo mundo. Na época o jornalista britânico Last Reason veio até a Argentina somente para acompanhar os jogos em que Sastre atuava. O jornalista viveu um longo período em Buenos Aires acompanhando a carreira do gênio.

A Federação de Futebol da Argentina - AFA considera oficialmente o "mais completo jogador da História" e um dos maiores de todos os tempos. Em tradicionais revistas esportivas da Argentina, como El Gráfico e La Cancha, encontramos publicações que foram feitas ao longo das décadas com grandes reportagens sobre Antonio Sastre, a quem é chamado por lá de "monstro sagrado", "gênio" e "patriarca" do futebol.

No ano de 1943, o São Paulo Futebol Clube precisava um jogador para comandar o time que disputaria o campeonato paulista. Foi ai que surgiu a intenção de contratar o argentino Antonio Sastre. O periodista argentino Carlito de La Braga, passando por São Paulo falou ao então presidente do São Paulo Décio Pedroso, que Sastre admirava o Brasil e o futebol brasileiro, e que ele cairia como uma luva naquele time que já contava com Leônidas da Silva. Era como nos dias atuais ter Kaká e Messi no mesmo time!

O Independiente não queria abrir mão de sue grande craque, mas o tricolor paulista contou com a interferência do cônsul brasileiro na Argentina e graças a habilidade dos dirigentes da época o clube argentino foi convencido a vendê-lo.

Sastre chegou ao São Paulo com 32 anos e muitos na época diziam que o jogador já estava em fim de carreira. Praticamente toda a imprensa paulista, assim como muitos torcedores e até dirigentes do clube não aprovaram sua contratação.  Mas Sastre já era uma lenda, na época em que as notícias vinham pelo rádio, ele era conhecido como o maior meia avançado do mundo, um fenômeno, capitão da seleção da Argentina. 

Sastre foi fundamental para formar o time que na década de 40 consolidou o São Paulo Futebol Clube como um dos grandes do futebol regional e também nacional. Ao lado de outros craques como Leônidas, Bauer, Luizinho e Teixeirinha conquistou os títulos paulista de 1943, 1945 e 1946.

Logo no ano de sua chegada carregou a equipe, exibindo seu talento nos jogos.  No dia 15 de março de 1943 Sastre assinou seu contrato com o tricolor. Sua estreia foi nas Laranjeiras em partida amistosa contra o Fluminense, o São Paulo perdeu por 3 a 1. No final de semana seguinte o São Paulo iniciaria sua jornada no campeonato paulista contra o Corinthians, e Sastre ainda desentrosado conheceu sua segunda derrota, 2 a 1 no clássico “Majestoso”! A imprensa, que até então reconheciam apenas Palmeiras e Corinthians como grandes proclamou, com letras garrafais: deSastre! Este fato marcou Sastre que desde então calou a todos aqueles o criticaram.
Sastre com Leônidas ao fundo na vitória de 4 a 0 contra o Corinthians


Após isto foram várias partidas memoráveis, contra o Santos o São Paulo venceu por 6 a 1! Voltou a enfrentar o Fluminense, em novo amistoso, SPFC 3 a 0. Contra a Portuguesa Santista foi 8 a 1. Contra o poderoso Vasco da Gama e seu “expresso”, outra vitória 3 a 1. O “maestro” Sastre e o tricolor paulista então já era temido e respeitado.

Em um jogo pelo campeonato paulista de 1944, contra a Portuguesa Santista em que o São Paulo venceu por 9 a 0, Sastre deu show e marcou seis gols, sendo o recordista de gols marcados em uma só partida pelo tricolor paulista. 

Em certa partida o São Paulo perdia para o Corinthians por 1 a 0. Sastre marcado pela sua estreia e pela história do “deSastre” já os goleara por 4 a 0 por duas oportunidades, mas não estava satisfeito nunca. O Corinthians fez outro e ampliou, 2 a 0 no primeiro tempo! Queriam mostrar ao São Paulo que jamais seria um grande, e o jogo era deles! Então Remo diminuiu para o São Paulo, Teixeirinha empatou o jogo e no minuto final do jogo o Corinthians veio com tudo para o ataque, a boa foi rebatida pela defesa e caiu nos pés mágicos de Don Antônio Sastre que partiu do meio campo com categoria de cabeça levantada, passou por um, dois, três, quatro, defensores e ficou frente a frente com o goleiro Bino, aplicou-lhe um drible estonteante e entrou com bola e tudo, foi um dos gols mais lindos que o Pacaembu já viu até hoje!

Outros jogos ficaram marcados na história como a vitória sobre a equipe do Jabaquara por 12 a 1. 

Disputou pelo São Paulo 129 partidas, com 89 vitórias, 18 empates e 19 derrotas, marcando neste período 58 gols.

Sastre foi um gênio do futebol. O “El Maestro Tricolor” era um jogador de raríssima habilidade além de ser um grande goleador. Ele gozava de tanta popularidade na época, que um dirigente tricolor o lançou ao Prêmio Nobel.

O então técnico Oswaldo Brandão, um visionário afeito a inovações táticas, declarava abertamente que "Sastre foi quem nos ensinou a jogar o verdadeiro futebol". Para ele a presença de Sastre no Brasil foi pioneira e fenomenal. 

Sastre despediu-se dos gramados em 15 de dezembro de 1946, numa partida disputada pelo São Paulo contra o River Plate da Argentina, no estádio do Pacaembu.  A festa foi toda para Sastre que com seu belo futebol, que levou o São Paulo a conquistar três títulos em quatro anos. 

“El maestro” faleceu em Buenos Aires, no dia 23 de novembro de 1987. Sobre seu féretro havia uma bandeira do São Paulo Futebol Clube.


A este gênio do futebol a homenagem do blog Força Tricolor de hoje.

FORÇA TRICOLOR!!!

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