27 de agosto de 2014

SP troca princípio de crise por caça ao Cruzeiro em 11 dias. O que mudou?



O São Paulo engatava uma melhora de desempenho e uma resposta às críticas quando subiu ao gramado do Morumbi no último dia 13, para enfrentar o mesmo Bragantino que vencera por 2 a 1 fora de casa e garantir a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. O time, irregular, chegou a seu ponto mais baixo na temporada: perdeu de virada, por 3 a 1, com atuação vexatória. O que era um início de namoro com a crise, no entanto, virou o ponto de partida para uma reviravolta. E não foi por mágica ou sorte.

Hoje o São Paulo é vice-líder do Brasileirão e dá os primeiros sinais de encantamento daquilo que a equipe badalada, com Kaká, Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, pode fazer.  A partir do dia seguinte à eliminação na Copa do Brasil, mudanças dentro e fora do campo no São Paulo transformaram o time da crise no principal concorrente do Cruzeiro, que hoje parece tão à frente dos demais, na ponta do Brasileirão. Veja o que mudou no São Paulo, do dia 14 ao dia 24, último domingo, quando venceu o Santos por 2 a 1, no Morumbi.

1. Reunião com a diretoria

Gabo Morales/Folhapress
Na sexta-feira, último dia 15, dois dias após a derrota para o Bragantino o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro reuniu comissão técnica e elenco no CT da Barra Funda, antes do treino pela manhã, para conversa. Cobrou reação e disse que o nível de desempenho da equipe, tão irregular e sem brilho, estava em descompasso com o investimento realizado durante o primeiro semestre. O objetivo do dirigente foi transmitir a mensagem que a reação teria, obrigatoriamente, que começar contra o rival Palmeiras, na partida seguinte.

2. Último reforço

Rubens Chiri/saopaulofc.net
Não tão influente, o São Paulo ganhou seu último reforço após o revés contra o Bragantino. Michel Bastos, lateral esquerdo titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, foi incorporado ao elenco. Apesar de ter contribuído pouco em campo, o jogador de 31 anos serviu para que Muricy Ramalho tivesse uma alternativa a Kaká, para comandar treinos e realizar substituições, como aconteceu contra Internacional e Santos.

3. Pato não é ponta
Reinaldo Canato/UOL
Muricy Ramalho entendeu, de fato, que o melhor para o São Paulo era ter Alexandre Pato desprendido das responsabilidades defensivas. O técnico o tirou definitivamente da ponta – porque Pato não consegue fazer a marcação ao lateral adversário da melhor forma, e porque isso atrapalha seu desempenho ofensivo. Pato hoje joga no centro, sem acompanhar o lateral, e com liberdade para rodar o ataque.

4. Novo esquema tático

Reinaldo Canato/UOL
Muricy trocou, então, os pontas por dois meias. O desenho do 4-2-3-1 não mudou muito. Agora, no entanto, não há mais dois extremos nas laterais do ataque e um meia entrando pela faixa central. Atrás do centroavante, neste momento, então dois meias – Kaká e Ganso – que fecham o centro com a posse de bola e marcam pelas laterais do ataque sem a bola, fazendo aquilo que os pontas faziam. Pato, agora, está livre da marcação, ligeiramente atrás de Kardec, caindo um pouco mais pelo lado esquerdo.
A mudança no desenho, que parece tão sutil, foi o que Pato precisava para evoluir. Foi bem em todas as partidas do São Paulo desde que adotou o novo posicionamento.

5. Paulo Miranda não vai para o Barcelona

Reinaldo Canato/UOL
A entrada de Paulo Miranda na lateral direita, desde a partida contra o Palmeiras, acertou a defesa do São Paulo. O jogador, que desde 2012 convive entre o banco de reservas e as sequências esporádicas no time titular, deu segurança ao setor que antes contava com Douglas – que será jogador do Barcelona. Zagueiro de origem, Paulo Miranda dá mais segurança para que Alvaro Pereira, pelo lado esquerdo, consiga avançar de forma mais confortável.

Esse artigo foi escrito por Xandão

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