13 de dezembro de 2012

A 20 anos atras o mundo foi nosso pela primeira vez


Hoje tenho 26 anos, mais em 1992 eu tinha 6 e agradeço muito a Deus por ter acompanhado um momento histórico de glórias do que considero um dos melhores times que já vi jogar. Tive a honra e o prazer de acompanhar aquele time do SPFC campeão da Libertadores e mundial em 1992. Muita coisa era diferente naquela época, afinal essa é uma história que aconteceu há 20 anos.

Em 1992, o Brasil vivia a euforia de ainda estar com um presidente recém-eleito por voto direto. Escolha não muito boa dos brasileiros, uma vez que o Impeachment desse presidente foi pedido algum tempo depois. Eu estava ainda no pré (na época, nem sabia o que era futebol, nunca entendia o porquê daquele homem de preto tanto correr de um lado pro outro e ninguém passar a bola pra ele). Em termos esportivos, 1992 foi o ano da Olimpíada de Barcelona, onde vimos a medalha de prata de Gustavo Borges, a de Ouro de Rogério Sampaio no judô e uma das medalhas mais gostosas que vi um time ganhar na Olimpíada, a de ouro da seleção masculina de vôlei, com José Roberto Guimarães como técnico.

Em termos esportivos, o calendário era invertido: o campeonato Brasileiro era disputado no primeiro semestre e o campeonato Paulista no final. O campeão Brasileiro daquele ano foi o Flamengo e o Paulista foi o SPFC, em uma final com o Palmeiras. Aquela Libertadores despertou um gosto especial, não só nos tricolores, mas também em torcedores rivais, que curtiam ver aquele time jogar. Era um time extremamente profissional, comandando por um camisa 10 imponente, que além de fazer belos gols ainda distribuía as jogadas. O time não tinha um centroavante nato, um goleador, os gols eram distribuídos entre os homens de frente e do meio-campo.

No banco, quem organizava todo esse elenco com qualidade absurda era um técnico que muitos diziam ser 'pé-frio', só porque não conseguiu ganhar duas Copas do Mundo, com uma seleção que muitos entendidos diziam: “A melhor que não ganhou a Copa”... Ora, que culpa o técnico tem se o time achava que iria levar o caneco, muito antes de qualquer partida? Que culpa um técnico tem se alguns jogadores eram displicentes com a parte defensiva? Infelizmente, o técnico carregou essa fama de não ser capaz de conquistar títulos importantes por muito tempo.

Mais do que qualquer outro jogador, o Telê merecia aquela conquista, e merecia mesmo. Telê Santana marcou época no SPFC, e graças ao titulo de 92, outros times passaram a encarar a Libertadores com muito mais peso do que vinham encarando.

Junto com o titulo da libertadores, o São Paulo carimbou o passaporte para o Japão, onde iria representar o Brasil no Mundial de Clubes.

E lá foi ele: Estádio Nacional (Tóquio), 13 de dezembro de 1992, um time brasileiro totalmente desacreditado entra em campo para um jogo duro contra o Catalão Barcelona.

Segundo os jornais espanhóis o São Paulo não teria muitas chances contra o Barcelona, entraria nervoso em campo, afinal de contas o adversário era um grande time a ser batido, simplesmente a base da seleção espanhola, e ainda contava com as presenças de craques como o búlgaro Stoichkov, o dinamarquês Laudrup e o grande zagueiro holandês Koeman, porém todos estavam equivocados, o tricolor entrou em campo calmo, alegre e confiante na vitória, mesmo saindo atrás no placar, em nenhum momento o time do Mestre Tele Santana se acanhou com o resultado negativo.

“Olha a falta, o São Paulo vem com jogada ensaiada, com certeza uma grande chance do tricolor, Raí na batida de falta, capricha garotinho, capricha, rolou a bola para Cafu, para Raí, pro gol e que gooooool”... Assim foi narrado pelo pai da matéria, Osmar Santos, o lance que decidiu aquela partida; Raí com muita perfeição no ângulo direito do goleiro Zubizarreta, para a felicidade da torcida tricolor. Uma falta não, aquela falta.

Milhares no Japão, milhões pelo mundo, todos juntos em um só sentimento, em um único objetivo, um grande sonho que se tornara realidade, mais que uma lembrança, esse titulo foi inesquecível... Há 20 anos, o meu time conquistava o MUNDO. Há 20 anos, o capitão Raí levantava a taça de campeão mundial.

Um time histórico. Um momento histórico. Impossível não se lembrar, mais impossível ainda, não se emocionar.

SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, CAMPEÃO DO MUNDO.

Esse artigo foi escrito por Roberta Oliveira

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