6 de agosto de 2012

Charges: São Paulo 1 x 0 Sport


São Paulo sofre, mas bate Sport, cola no G-4 e deixa rival perto do perigo


Com gol de Ademilson, Tricolor conquista terceira vitória seguida e mantém 100% de aproveitamento nos duelos contra o time pernambucano em SP


  • lance capital
    35 min do 2ºT

    Cícero recebeu de Douglas e finalizou. Magrão fez a defesa, mas a bola sobrou para Ademilson fuzilar para o gol vazio . 
  • nome do jogo
    Magrão

    O goleiro do Sport oteve uma das maiores atuações de sua carreira. Durante os 90 minutos, fez pelo menos seis grandes defesas 
  • como fica?
    Willian José

    Na primeira partida da sequência que ganhou com a lesão de Luis Fabiano, o atacante teve atuação horrorosa. Errou tudo que tentou. 
 A tarde do São Paulo parecia fadada ao fracasso. Longe de mostrar um grande futebol, o time lutava demais, mas encontrava no goleiro Magrão, do Sport, um barreira que parecia ser intransponível. Foram pelo menos seis grandes defesas do camisa 1. De tanto martelar, porém, o esforço foi premiado no segundo tempo. Com um gol do garoto Ademilson, o Tricolor saiu de campo com uma importante vitória por 1 a 0, resultado que o deixou na cola do G-4 do Campeonato Brasileiro. 
Com a terceira vitória seguida nas mãos de Ney Franco (duas pelo Brasileiro e uma pela Sul-Americana), o time manteve a fama de freguês do rival pernambucano (15 jogos e 15 vitórias em solo paulista) e ainda mostrou que, mesmo precisando crescer tecnicamente, incorporou um novo espírito, tão exigido por sua torcida. O novo triunfo levou o Tricolor aos 25 pontos, dois a menos que o Grêmio, o quarto.
Já o Sport viu ser acesa a luz de alerta. O time completou sua quinta partida sem vitória no Brasileiro (derrotas para São Paulo, Grêmio e Atlético-MG e empates contra Atlético-GO e Ponte Preta) e estacionou na 15ª colocação, com 14 pontos, dois a mais que o Bahia, primeiro integrante da zona de rebaixamento.
Em busca da regularidade, Ney Franco fez duas alterações: promoveu a volta de Denilson, recuperado de lesão, no meio-campo e colocou Willian José no ataque na vaga do machucado Luis Fabiano. No Sport, Vagner Mancini reforçou a marcação pela lateral direita, com Moacir na vaga de Cicinho, e apostou em um time bem postado defensivamente para conter o ímpeto inicial do adversário, e depois, com o passar do tempo, sair para o jogo.Tricolor começa sufocando, mas Sport equilibra primeiro tempoOs dois times voltarão a campo no meio de semana. Na quarta-feira, às 19h30, o Sport receberá o Vasco na Ilha do Retiro, no Recife. Um dia depois, o São Paulo vai ao Rio de Janeiro para enfrentar o Fluminense, em jogo transferido pela CBF do Engenhão para São Januário. 
A primeira parte da estratégia pernambucana não deu certo. Os 15 minutos iniciais deram a falsa impressão de que o São Paulo atropelaria o Sport. Pressionando a marcação do time de Recife, como pediu o técnico Ney Franco, o Tricolor sufocou o rival em seu campo e, com velocidade, perdeu duas chances incríveis no começo do jogo. Aos 12, Willian José recebeu de João Filipe e, cara a cara com Magrão, bateu em cima do goleiro do Sport. Três minutos depois, o camisa 1 pernambucano fez novo milagre, desta vez diante de Ademilson, na pequena área. O São Paulo concentrava seu jogo pelo meio porque as laterais estavam bem marcadas. Moacir e Reinaldo controlavam bem os avanços de Douglas e Cortez.
A partir dos 20, com chuva no Morumbi, o Sport conseguiu fazer o que seu treinador pediu no início. Um chute de Gilberto, bem defendido por Rogério Ceni, mostrou que era possível levar perigo ofensivo também. A partir do momento em que a equipe pernambucana conseguiu trocar passes, apareceram vacilos na marcação tricolor de meio-campo. Aos 29, Willians pegou sobra na entrada da área e chutou por cima do gol. O São Paulo sentiu o crescimento do rival, diminuiu seu ritmo, e o jogo caminhou sem grandes emoções até o intervalo.
Os dois times voltaram sem alterações e sem muita inspiração para a etapa complementar. O primeiro ataque perigoso foi do Sport, com Gilberto, que, aos sete minutos, arriscou de fora da área e assustou Ceni. O São Paulo, por sua vez, não conseguia fugir da marcação adversária e criar algo. Maicon tentava armar pelo meio, enquanto Jadson sequer era notado.Ademilson tira o São Paulo do sufoco e garante a vitória
Aos 15, Mancini mexeu no Sport. O técnico mudou o esquema tático e fechou ainda mais sua equipe, com a entrada do beque Edcarlos na vaga do meia Willians, que tinha cartão amarelo. 
O São Paulo travou. Irritada, a torcida mandou o recado das arquibancadas. O público pagante foi de 22.230 pessoas, e a renda, de R$ 502.561,00.
- Raça, raça, raça!
Sólido na defesa e rápido nos contra-ataques, o time pernambucano estava cada vez mais à vontade em campo. Valorizava a bola ao máximo e demorava a cobrar cada falta ou lateral. Vagner Mancini ainda colocou o ex-são-paulino Hugo para dar mais poder ofensivo ao time. Em seu primeiro lance, o canhoto exigiu grande defesa de Rogério Ceni em chute cruzado.
A torcida reclamava, mas não faltava raça ao São Paulo. Faltava qualidade. Em vários lances, João Filipe e Rafael Toloi viraram armadores - avançavam com a bola nos pés e, ironicamente, conseguiam até resultados melhores do que os jogadores de meio-campo.
Insatisfeito, Ney Franco não tinha muito o que fazer. Sua única opção ofensiva no banco era Rafinha, que, quando ganhou chance, não acrescentou muita coisa. Willian José, em tarde terrível, perdia uma chance atrás da outra e parecia sem confiança para continuar arriscando. Aos 23, acabou sendo sacado para a entrada de Cícero.
Sem organização, mas com vontade, o São Paulo armou uma blitz nos 20 minutos finais. O Sport recuou demais e acabou encurralado pelo adversário. Começou aí uma disputa pessoal entre Ademilson e Magrão. Na primeira, aos 27, o atacante pegou o rebote de um chute de Douglas e fez 1 a 0, mas o juiz anulou - a imagem do canal Premiere mostrou que o são-paulino estava na mesma linha do penúltimo defensor do Sport quando partiu o chute de Douglas. Portanto, em posição legal.

Na segunda oportunidade, o goleiro fez milagre, abafando uma finalização na pequena área. Na terceira, porém, não teve jeito. Aos 35, o garoto de 18 anos aproveitou um rebote de mais uma bela defesa de Magrão (dessa vez em arremate de Cícero) e fuzilou para fazer o único gol do jogo. Resultado justo pela insistência do São Paulo e trágico para o Sport, que não consegue emplacar no Brasileirão.

0 comentários: