27 de julho de 2012

Ceni festeja volta após seis meses: 'Minha história não acabaria assim'



Com retorno confirmado, goleiro quer agora a recuperação do Tricolor no Brasileirão e sai em defesa de Luis Fabiano, alvo de críticas da torcida

Foram seis meses de solidão devido a uma cirurgia para corrigir grave lesão no ombro direito, saldo dos treinamentos ainda na pré-temporada do clube, em janeiro. Longe dos gramados, distante da tensão de um jogo de futebol, do carinho do torcedor, das alegrias e das tristezas que só o futebol proporciona. Em alguns momentos da fisioterapia, Rogério Ceni ficou sete, oito horas “internado” no Reffis do CT da Barra Funda. Tudo para que o momento da volta chegasse. E chegou.








Com o retorno confirmado para a partida do próximo domingo, contra o Flamengo, no estádio do Morumbi, o camisa 1 deu sua primeira entrevista coletiva de 2012 e, em diversos momentos, sorriu como uma criança.
– Quando me machuquei, falei que minha história não acabaria assim. Felizmente, não vai acabar. Tenho certeza de que domingo será muito emocionante. Espero agora poder executar tudo o que perdi nesses seis meses. Nunca havia ficado tanto tempo parado na carreira. Quando isso acontece, uma parte de você acaba morrendo. Espero que a minha alegria possa se transformar em resultado, porque precisamos da vitória dentro da nossa casa – afirmou.
Durante aproximadamente meia hora, Ceni respondeu pacientemente a tudo que lhe foi questionado. Falou sobre a rotina longe do campo e sobre o momento do São Paulo na temporada. Saiu em defesa de Luis Fabiano e voltou a dizer que somente nos últimos meses de 2012 é que decidirá se tem gás para mais uma temporada ou se partirá para a aposentadoria.
Como se encontra Veja abaixo os melhores momentos da entrevista
Eu me sinto bem, faço todos os movimentos. É claro que, quando você está mais velho, é normal não ter o mesmo vigor físico de um menino de 20 anos. Trabalhei muito forte nas últimas quatro semanas em campo, eu me esforcei, eu me preparei para esse momento.
Do que sentiu e do que não sentiu falta?
Não senti falta de concentrar. Ficar em casa foi uma surpresa, agradável voltar todas as noites. Senti falta do jogo, da torcida, da cobrança, da alegria, da dificuldade, do sofrimento, do grito de gol, tudo que faz parte de um mundo do futebol. Quando você faz sete, oito horas de fisioterapia, o dia demora a passar.
Salvador da pátria?
Não sou salvador de coisa nenhuma. Mesmo com o meu retorno, se não entrar em campo, jogar com vontade e vencer, não vai adiantar nada. A responsabilidade é de todos. Jogar no São Paulo é uma responsabilidade, precisamos sair desse momento que, embora não seja ruim, não é o ideal. Fazemos uma campanha na média, estamos em sétimo e não podemos nos contentar com coisas medianas. O Atlético-MG está 12 pontos à frente e, para tentar correr atrás, precisamos começar a vencer.
Senti falta do jogo, da torcida, da cobrança, da alegria, da dificuldade, do sofrimento, do grito de gol, tudo que faz parte de um mundo do futebol"
Luis Fabiano
Crise de Luis Fabiano com a parte da torcida que o vaiou
Ele não pode ser cobrado isoladamente. O Luis Fabiano vai voltar bem e tenho certeza de que vai batalhar, fazer gols e batalhar bastante. Tem história como artilheiro e vai contribuir. É mais um jogador que vai tentar ajudar o São Paulo. Eu vivi um momento ruim em 2004, quando fomos eliminados da Libertadores. O Luis vai ganhar novamente o apoio do torcedor. Futebol é básico. Ganhou, tem apoio. Perdeu, é vaiado.
Momento do São Paulo
Não pode parar no tempo e achar que quando ganha está bom. Esse ano aconteceram coisas que não vale mais comentar. Todo o time sofre eliminações em todos os anos, não conheço ninguém que só ganha. O problema é que consecutivamente estamos acumulando insucessos, e as frustrações vão passando para o torcedor. Vivemos um momento difícil, a campanha não é excepcional, e é preciso ter consciência de que precisa melhorar. Precisamos fazer o São Paulo voltar a vencer.
Projeto para o restante da carreira
Meu projeto momentâneo é o domingo. Estou há seis meses sem jogar e agora são quatro semanas seguidas de treino em campo. Estou muito focado nisso agora. Meu projeto vai até dezembro desse ano e depois a gente vai analisar.
São Paulo cogitou renovar pelo período em que ficou machucado
Não quero, não preciso de nenhum favor. Só tenho a agradecer ao São Paulo por tudo que fez e faz por mim. Durante esses seis meses, fui muito bem tratado. Só tenho de falar bem dos médicos, do pessoal do Reffis, da fisioterapeuta do clube, que durante 11 semanas trabalhou comigo na piscina, às vezes totalmente submerso, apenas com um snorkel (que permite a respiração embaixo da água). No fim do ano, vamos sentar e conversar. Se o clube achar que eu mereço continuar e eu me sentir bem, acho que é justo discutir a renovação. Se achar que é melhor parar, tenho certeza de que todos vão respeitar a minha decisão.
Como avaliou o desempenho de Denis
Ele foi muito bem. Errou em alguns jogos, como eu erro. Ele tem explosão, agilidade, está no auge de sua condição e ainda vai crescer um pouco mais. Goleiro que vai jogar futuramente no São Paulo como titular. Quem sabe já no ano que vem.

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