12 de novembro de 2011

Leão em entrevista ao Lance


Em entrevista exclusiva ao LANCE!, técnico do São Paulo fala sobre sua paixão por obras de arte, comportamentos dos atletas e suas metas com o time

Exímio administrador de suas finanças pessoais, Emerson Leão ganhou a vida com futebol, negócios imobiliários e criações na fazenda – sonho de infância – que adquiriu. Controlado, mas não pão duro, como ele mesmo diz, construiu uma vida bem-sucedida. Isso depois de, já goleiro titular do Palmeiras, pegar dois ônibus para treinar. Entre outras coisas, tem uma bela casa, comprou um barco, gosta de praia, faz viagens internacionais e tem como grande hobby a compra de quadros. Todos segurados.

Apesar das realizações e de se intitular homem cheio de riquezas pessoais, e não materiais, tem algo que incomoda o treinador. Desde que chegou ao São Paulo, apesar de entender que conseguiu melhorias, não obteve vitória – duas derrotas e um empate. Ele sabe que precisa impor no Sampa uma gestão como a da sua vida.

Leão: 'Quero armar um time para ser vencedor'

Leão chega todos os dias ao CT às 7h. Pela fase ruim do São Paulo, o tempo que o trabalho consome e a falta de sol, estender sua toalha para se bronzear, como em 2004 e 2005, está difícil antes dos treinos. Na última sexta, depois da atividade, atendeu à reportagem do LANCENET!. Brincou que daria só dois minutos de entrevista, mas o papo durou quase 40. Falou, entre outros assuntos, sobre a postura dos jogadores de futebol, Rogério Ceni, seus costumes, manias, objetivos e que tem chegado cansado em casa. Com vínculo até o fim deste ano, não gosta de falar sobre 2012, mas se vê lá:

– Ano que vem, não só eu, mas todos que trabalham no São Paulo, querem melhoria. E ela passa por jogadores específicos, em posições específicas, que ainda não definimos. Mas já começaram os oferecimentos. O plano era definir 2011, o segundo vamos falar depois. Precisamos de algumas luzes em 2011.


LANCENET!: Pensava que um dia voltaria a dirigir o São Paulo?
EMERSON LEÃO: Não planejei uma volta, até porque não estava em São Paulo. Faz pouco tempo que estou, mas em relacionamento e treinamento, estou satisfeito. Não pelos resultados, mas sinto que eles estão próximos. A melhoria passa por jogadores específicos, em posições específicas, que ainda não definimos. Mas já começaram alguns oferecimentos.

LANCENET!: Assustou-se com o convite?
EMERSON LEÃO: Não tem susto, pelo contrário. Eu falei: “Até que enfim”. Deixei a porta aberta, com bom relacionamento, trabalho e resultado. Era questão de tempo, não de oferecimento.

LANCENET!: Já projeta 2012?
EMERSON LEÃO: Não estou olhando o ano que vem, mas as necessidades deste ano. O próximo depende muito deste. Não em relação mim, mas pelo clube. As pretensões sempre foram gigantes. Títulos, Libertadores... O amanhã depende muito do hoje.

LANCENET!: Por que tudo isso vale a pena?
EMERSON LEÃO: Chego em casa feliz, porque estou cansado. Quem está cansado é porque trabalhou, e com objetivos definidos. Cada melhoria que tem no dia, um detalhe, já me deixa satisfeito. Temos que diminuir os erros e aumentar os acertos. Até na derrota tivemos evolução. Quem faz três gols e pode fazer seis, é evolução. Mas tomar quatro é o negativo.

LANCENET!: Quando era jogador, também chegava cedo aos treinos?
EMERSON LEÃO: Chegava por necessidade. Tinha que molhar o chão, que era duro, não este tapete de agora. Sempre dormi cedo, porque dependo do reflexo. Passavam que tinha que ter precisão, porque atrás tinha a rede.

LANCENET!: O que acha de jogador que vai para balada constantemente?
EMERSON LEÃO: Atleta é uma coisa, jogador de bola é outra. O profissional sabe dos limites e tem que ter respeito por quem o paga. Quem quer viver na noite, muda de profissão. É gozado hoje, mas nós, mais velhos, temos que entender. Foi dormir cedo hoje? Daí o cara fala que foi 1h e acha que é cedo. Para mim, está quase na hora de acordar. Para tirar o conflito de geração, precisa ver a profissão.

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