Time Campeão da Libertadores em 1992
O dia 17 de junho de 1992 não sai da memória do torcedor
tricolor. Foi nesta data, no Morumbi, que o São Paulo bateu o
Newell's Old Boys, da Argentina, nos pênaltis (4 a 3) e conquistou
a Libertadores da América pela primeira vez - feito que se
repetiria novamente em 1993 e 2005. Com gol de Raí, aos 21
minutos do primeiro tempo,
o time de Telê Santana venceu por 1 a 0 e
levou a decisão para as penalidades máximas.
A cobrança de Gamboa, defendida por Zetti, decretou a inédita
conquista e garantiu a festa à multidão de torcedores presentes ao
Morumbi e que invadiu o gramado para comemorar ao lado dos ídolos e
festejar a noite inesquecível.
O eterno camisa 10 do São Paulo, Raí, ergueu a Taça Libertadores e
coroou a entrega da equipe, que suou em campo para
conquistar mais um título para o clube. A festa dos torcedores
são-paulinos tomou conta da cidade que nunca para, mas que teve que
cessar seu rítmo alucinado para ver o desfile dos campeões e dos
torcedores entusiasmados. A comemoração dos jogadores, comissão
técnica, dirigente e associados terminou em um restaurante da
capital.
Na edição daquele ano, Palhinha, que veio do América-MG por
empréstimo foi o grande artilheiro do torneio com 7 gols marcados.
Já no confronto contra os argentinos, após derrota por 1 a 0 fora
de casa, Macedo foi um dos destaques no triunfo tricolor. A então
revelação das categorias de base do São Paulo entrou no segundo
tempo, no lugar de Müller, e logo na primeira participação sofreu o
pênalti que Raí cobrou e deu a vitória ao São Paulo, levando o jogo
para a decisão em penalidades.
OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA
Logo após
Zetti defender o pênalti cobrado por Gamboa e
decretar a conquista da primeira Copa Libertadores da América da
história do São Paulo, a torcida são-paulina explodiu em festa. Boa
parte dos mais de 105 mil torcedores presentes ao Morumbi na noite
de 17 de junho de 1992 (público este que proporcionou um novo
recorde de arrecadação nacional, até então: CR$
1.072.490.000,00) invadiu o campo para comemorar ao lado dos
ídolos, festejar com seus iguais e tentar adquirir algum item de
recordação desse inesquecível dia.
Os torcedores levaram consigo as redes das duas traves, as
bandeirinhas de escanteio, tufos de grama, nacos de terra, partes
dos uniformes dos jogadores, mesmo dos suplentes e até mesmo um dos
bancos de reservas!!! A festa era generalizada. Os próprios
atletas pareciam extasiados pela vitória. Telê chorou. O entusiasmo
logo se espalhou por toda a cidade, ganhando as ruas, bares,
restaurantes. Onde quer que existisse um são-paulino, lá estaria
ele comemorando, buzinando e fazendo carreata, ou simplesmente
festejando.
Raí ergueu a Taça Libertadores sobre um palco montado na lateral
do campo. Raí comentou ao jornal Folha de São Paulo que o coração
dele quase parou quando o juiz apitou o pênalti sobre Macedo, que
decidiu a vitória do Tricolor no tempo normal. "A primeira
imagem que me veio foi a Libertadores de 74, quando São Paulo teve
um pênalti a seu favor no tempo normal, desperdiçou-o e perdeu o
título. Pensei internamente: a história não pode se repetir".
Disse o capitão. Ao lado dele, Antônio Carlos, coberto com a
bandeira do São Paulo, e Zetti comemoravam.
Zetti, Alexandre e Valdir Joaquim de Moraes formaram uma
verdadeira equipe de espionagem. Valdir estudara e anotara cada
forma de bater pênaltis dos cobradores argentinos, que na semifinal
passaram por uma maratona de pênaltis (eliminaram o América da
Colômbia por 11 a 10, nesta modalidade). Já Alexandre "cantava" a
Zetti, do meio campo, o modo que cada jogador pegava na bola.
Contudo, tudo isso só foi possivel graças a providencial
intervenção de Macedo, o jovem entoado pela torcida e que entrou no
segundo tempo no lugar de Müller. Na primeira participação do
atacante, ele sofreu o pênalti que Raí cobrou e deu a vitória ao
São Paulo, levando o jogo para a decisão em penalidades. Macedo, um
tanto ingênuo, nem sabia o nome do time adversário. Para ele era
"Boys alguma coisa". Por fim, Macedo meio que reconheceu que,
embora tenha sofrido o pênalti, colaborou um pouco também para que
o juiz apitasse a falta: "Fui travado e me joguei. Foi mais ou
menos pênalti", disse ao jornal Estado de São Paulo.
Palhinha, que terminou o torneio como artilheiro, com 7 gols,
veio do América-MG por empréstimo e após essa conquista acabou
contratado por 400 mil dólares. Todos os jogadores, aliás, foram
premiados com cerca de US$ 10 mil. A comemoração da equipe,
comissão técnica, dirigentes e associados terminou no Gallery. Já a
festa da torcida tomou os quatro cantos da cidade, espalhando-se
Brasil a fora, e desde então nunca mais foi esquecida, para sempre
na memória dos são-paulinos e até dos adversários, que passaram a
valorizar mais o torneio.
17.06.1992 - São Paulo (Brasil)
Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi
SÃO PAULO Futebol Clube 1 x 0 Club Atlético NEWELL'S OLD BOYS
Nos pênaltis: 3 x 2 para o São Paulo
SPFC: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí (capitão); Muller (Macedo), Palhinha e Elivélton.
Técnico: Telê Santana.
Gol: Raí (pênalti), 22'/2
CANOB: Scoponi, Saldaña, Gamboa (capitão), Pocchettino e Berizzo; Llop, Berti e Martino (Domizzi); Zamora, Lunari e Mendoza.
Técnico: Marcelo Bielsa.
Assistente 1: Jorge Zuluaga (Colômbia)
Assistente 2: John Redón (Colômbia)
Renda: Cr$ 1.072.490.000,00
Público: 105.185 pagantes
Fonte: Site Oficial SPFC
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