Capitão quer seguir carreira como treinador. Presidente já conversou sobre o assunto e quer mantê-lo após aposentadoria: 'Acho que ficará conosco. No meu ideário, será um técnico'
Rogério Ceni deixará os campos no fim deste ano. Mas não deverá deixar nem o futebol, nem o São Paulo. Este é o plano do presidente Juvenal Juvêncio, que visualiza o futuro de Ceni como treinador, já conversou com o jogador, e se prepara para apresentar um projeto para que o capitão permaneça no clube em 2014, e se forme como técnico dentro do São Paulo.
– Já falei com ele sobre isso, nas conversas que temos, e após sua parada continuaremos conversando, porque precisamos dele. No meu ideário, no futuro ele será um técnico de futebol. Acho que ficará conosco no São Paulo em atividade esportiva – disse Juvenal Juvêncio, em entrevista ao LANCE!Net.
E Ceni deverá aceitar o projeto. O capitão quer seguir carreira como treinador a partir do momento que encerrar as atividades como goleiro, mas, assim como Juvenal Juvêncio, não tem pressa. O goleiro quer tempo para se preparar, quer estudar, e já disse a amigos que aceitaria em 2014 um cargo de auxiliar fixo da comissão técnica – alternativa que daria tempo para estudos e experiência prática enquanto de prepara para se lançar como técnico.
A ideia de tornar-se técnico no futuro se amadureceu no ano passado. Durante o período em que esteve fora dos campos por conta de uma cirurgia para correção de duas lesões no ombro direito, no primeiro semestre, Rogério Ceni definiu que este deveria ser o futuro no futebol. O goleiro viajou à Espanha e conheceu os métodos de treino e estruturas de Real Madrid e Barcelona. No mesmo ano, quando voltou aos campos, questionou o trabalho do então treinador do São Paulo, Ney Franco. Ceni chegou a se desentender por conta de substituição, e não gostava do distanciamento do elenco e da postura do técnico no dia a dia.
O goleiro não projeta seu futuro mais próximo como dirigente de futebol. Ceni prefere pensar nos primeiros anos pós-aposentaria ainda próximo ao campo e à bola, mas não descarta seguir carreira política no São Paulo em um futuro distante. Ele se atrai pela ideia de tornar-se presidente do clube, mas prefere pensar antes em uma carreira como treinador. Juvenal Juvêncio segue o mesmo discurso, e diz que a primeira transição de Ceni será do campo para o banco de reservas. Ressalta, também, que as categorias de base em Cotia seriam “campo fértil” para que o novo profissional da comissão técnica fizesse seus primeiros trabalhos na possível nova função.
Segundo o presidente, o futuro de Rogério Ceni no São Paulo será estruturado e programado durante o processo de aposentadoria como goleiro, no fim deste ano. Juvenal Juvêncio afirma que não há qualquer possibilidade de convencê-lo a atuar por mais uma temporada.
Juvenal Juvêncio, ao LANCE!Net: ‘Ele pode e deve ficar. Esta é a minha torcida’
L!Net: Rogério Ceni fez boas partidas contra o Bayern de Munique e contra o Benfica. Não existe nenhum chance de tentar convencê-lo a jogar por mais uma temporada?
Juvenal Juvêncio: Não. Rogério sempre foi uma figura determinada, eu conheço a história dele, você conhece a história dele. Ela é pública. Ele programou essa parada, e ele sabe por quê. É um momento que ele quer. Já foi posta a parada, e ele já está vendo o que fazer. Estamos trabalhando nesse sentido de estruturar uma programação no fim do ano para ele deixar de ser goleiro, mas para não deixar o futebol.
L!Net: Existe algum plano de carreira ou proposta para que ele fique no São Paulo depois da parada?
JJ: Eu acho que ele pode e deve ficar. Essa é minha torcida. Não há uma tramoia, mas é minha torcida. Não tivemos uma reunião formal, mas o Rogério já sabe. Já falei com ele sobre isso, nas conversas que temos, e após sua parada continuaremos conversando, porque precisamos dele. No meu ideário, no futuro ele será um técnico de futebol.
L!Net: Entende que o Rogério prefere a carreira de treinador a uma carreira como dirigente do clube?
JJ: A minha perceptiva do Rogério não é a burocracia de uma diretoria. Ele pode até no começo começar a visualizar esse processo, não necessariamente imediatamente após a aposentadoria, mas no meu ideário ele será um cidadão que no futuro será um técnico. E eu o conheço bem.
L!Net: Nesse planejamento, onde o Rogério poderia começar em uma nova função no São Paulo?
JJ: Em Cotia ele tem um campo fértil, como também tem um campo fértil nos profissionais. Isso a gente não avança. Acho que ficará no São Paulo. Não como diretor burocrático. Não porque não tem a competência, porque tem. Mas porque quer estar mais junto na bola.
L!Net: Que impacto no elenco prevê com a vitória sobre o Benfica?
JJ: Não há ufanismo, mas, na minha lógica, vitória leva a vitória, e derrota leva a derrota. Astral muda. Para o próprio jogador que está no campo, tem um significado, de concentração, de astral. Vencer foi importante. Esporte é competição, joga para ganhar. Em conseguindo, a mudança é a primeira coisa. Atleta não joga bem porque não tem alegria. Derrota não leva a alegria, na prática do desporto. Essa vitória tem significado da tentativa de mudança e astral positivo.
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