3 de setembro de 2012

Leônidas da Silva, 99 anos do seu nascimento


Quando se fala em gols bonitos fica inevitável não se lembrar de um jogador que quem o viu jogar garante: “jogava mais do que Pelé”.

Diamante Negro, o Homem Borracha, apelidos conquistados até mesmo lá fora, na Europa. Passava no olhar o que queria passar: uma certa mágoa.

“O inventor do gol de bicicleta”. Diamante Negro (que existe até hoje nos chocolates de capa negra e letras prateadas. Leônidas ganhou dois contos de reis para a Lacta usar o apelido e nunca mais cobrou nada).

Depois, infelizmente sua vida foi dominada por uma terrível doença, o Mal de Alzheimer.

Passou a não dar mais entrevistas e acabou falecendo, ao lado de sua sempre companheira, a esposa Albertina.

Na época, Vital Battaglia entrou pela redação do Jornal da Tarde dizendo que o Leônidas estava doente, foi ele inclusive, o último jornalista a falar com Leônidas ainda lúcido.

Leonidas da silva Bicicleta. A imprensa em geral demorou um certo tempo pra entender por que Leônidas tinha certo rancor com os jornalistas. Tudo começou na Copa de 38, na França, quando a seleção brasileira foi a terceira colocada, com Leônidas sendo o artilheiro do certame com 8 gols e eleito “o melhor jogador da Copa”.

Por contusão, Leônidas não jogou contra a Itália, que conquistou o bicampeonato mundial. Niginho, que substituiu Leônidas, anos mais tarde o acusou de ter forjado a lesão depois de ter recebido uma certa quantia do ditador italiano na época, Benito Mussolini. Leônidas processou Niginho por calúnia, e ganhou a causa.

Mas o que mais magoou Leônidas foi o que falaram quando de sua transferência para São Paulo.

10 mil pessoas foram receber Leônidas na Estação da Luz. Alguém publicou que ele só tinha aceitado a proposta do São Paulo para “fugir da segunda Guerra Mundial”.

Ele teria sido convocado pelo exército brasileiro. Teria se negado e fugido de trem para São Paulo.

Mais tarde acrescentaram que sua sorte – não ter sido preso – tinha sido a guerra terminar logo depois. A mágoa que o Diamante carregou não tinha tamanho.

Gostaria muito de ter visto esse futebol tão mágico em ação, sorte daqueles que tiveram esse privilegio, puderam ver o eterno Diamante Negro em campo.

De qualquer forma, dá orgulho saber que os dois melhores jogadores brasileiros antes da era Pelé atuaram pelo SPFC: Artur Fridenreich e Leônidas da Silva. O Rei do Futebol, para ser completo, precisava ter vestido a nossa camisa.

Se estivesse vivo, Leônidas da Silva, o grande ídolo do futebol mundial, comandante do esquadrão tricolor na década de 40, estaria completando 99 anos. Nesse exato momento, deve estar JUNTAMENTE COM MESTRE TELÊ SANTANA, CHICÃO, ROBERTO DIAS comemorando em algum lugar DO CAMPO DA ETERNIDADE... Chego a ter pena da seleção dos Serafins.

Não conhecê-lo é o mesmo que gostar de fórmula 1 e não conhecer o Senna... Obrigado por tantas alegrias prestadas, não só ao SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, mais principalmente ao futebol brasileiro!

Esse artigo foi escrito por Roberta Oliveira

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