O São Paulo lutou para apagar a imagem ruim que deixou para a torcida em 2015. Mas alguns defeitos ainda persistem na equipe tricolor. O zagueiro Lucão, que falhou em diversos momentos da última temporada, cometeu o pênalti que determinou o empate por 1 a 1 com o Red Bull Brasil, neste sábado, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. A igualdade na estreia do Campeonato Paulista foi o primeiro resultado oficial do argentino Edgardo Bauza à frente do São Paulo, já que o técnico só havia dirigido o time em um amistoso e em jogos-treino.
O gol são-paulino foi marcado aos 43 minutos do primeiro tempo, após Michel Bastos cobrar escanteio na cabeça de Ganso. O Tricolor vinha administrando a vantagem na etapa complementar, mas uma lesão do zagueiro Breno complicou as ambições da equipe no duelo. Aos 19, o contestado Lucão precisou substituir o zagueiro e, cinco minutos depois, cometeu o pênalti que o experiente Roger converteu para o Red Bull.
Taticamente, as exigências feitas por Bauza foram parcialmente atendidas pelos são-paulinos. O time marcou bem com a bola no chão e se mostrou muito mais organizado do que a equipe que encerrou 2015. Pesou contra o desempenho tricolor algumas falhas da zaga em cruzamentos e o distanciamento dos meias para o atacante Alan Kardec. No geral, a equipe deixava uma boa impressão até a metade do segundo tempo. O cansaço dos jogadores e a insegurança defensiva de Lucão foram determinantes para o clube sair de Campinas com o empate no placar.
A pré-Libertadores, agora, volta a ser a prioridade para o São Paulo. A equipe viaja nesta terça-feira para a cidade de Trujillo, no Peru, onde encara o César Vallejo. O jogo de ida será disputado na quarta-feira, enquanto a volta será realizada no dia 10, no estádio do Pacaembu. Pelo Paulistão, o Tricolor volta a campo no próximo sábado, contra o Água Santa, também no Pacaembu. Já o Red Bull terá pela frente o Capivariano, na quarta-feira, fora de casa.
O Jogo
– O São Paulo foi surpreendido aos dois minutos, após Willian Magrão surgir sozinho na área e desviar cobrança de falta para fora. Passado o susto, o time foi ao ataque e, aos quatro, Breno aproveitou bola alçada por Michel Bastos para cabecear no travessão de Saulo. Faltou, no entanto, exercer pressão sobre o rival campineiro. Hudson parecia perdido na proteção à zaga e ouviu repetidas broncas de Bauza ao errar na marcação de Thiago Galhardo. Já Centurión, muito exigido pela esquerda, abusava das fintas e não apresentava objetividade.
Com o São Paulo dependendo da vontade de Thiago Mendes para passar do meio-campo, o Red Bull apostou nas bolas paradas e voltou a assustar. Aos 16 minutos, Drausio encontrou outro rombo na defesa tricolor e concluiu cobrança de escanteio por cima do gol. Como a atuação não empolgava, a torcida paulistana se manifestou apoiada na carência que nutre pela ausência de antigos ídolos. Aos 22, os são-paulinos mostraram que ainda sentem saudades de Rogério Ceni e gritaram para Denis cobrar uma falta próxima à área. O goleiro não atendeu aos pedidos e, na sobra, Michel Bastos chutou para defesa de Saulo no canto direito.
O Tricolor voltou a esboçar uma investida aos 37 minutos. Após boa troca de passes, Michel Bastos dominou na ponta direita e concluiu de chapa, por cima do gol. Já aos 35, o Red Bull aproveitou bola perdida pelo lateral Bruno e partiu em velocidade. A bola cruzada da esquerda encontrou Thiago Galhardo, que cabeceou para fora na frente do gol de Denis. Quatro minutos depois, o Touro Louco só não levou perigo porque o atacante Roger deixou de chutar na meia-lua da área para tentar cavar uma falta – sem sucesso.
Em meio à pressão do Red Bull, o São Paulo encontrou o gol após cobrança de escanteio de Michel Bastos. Aos 43 minutos, o camisa 7 lançou próximo ao primeiro pau para Ganso, após indefinição da zaga, cabecear para as redes. Para Bauza, o gol foi uma satisfação pessoal. O treinador priorizou as jogadas aéreas nessa pré-temporada e cansou de repetir cobranças de falta e escanteio nas atividades táticas.
Sem alterações, o São Paulo tomou a iniciativa no segundo tempo. Aos cinco, Michel Bastos se esforçou para impedir a saída da bola e cruzou da direita. Centurión apareceu sozinho na área e concluiu nas mãos de Saulo. O Tricolor voltou a assustar aos 11, mas Alan Kardec desabou após driblar o goleiro – ele não teve a reclamação de pênalti atendida. Na sequência do jogo, a tensão e o cansaço eram perceptíveis entre os tricolores. Tanto que Breno, aos 19, foi substituído por Lucão após sentir uma lesão. Ele saiu mancando e foi direto para os vestiários.
O Red Bull, precisando do empate, foi ao ataque e acertou o travessão aos 21, após chute forte de Willie dentro da área. Já aos 24, Lucão puxou a camisa de Roger em meio a uma cobrança de escanteio, com pênalti marcado. O juiz ainda se confundiu no lance e amarelou o volante Hudson pela infração. Na cobrança, Roger foi com força para a bola e igualou o placar.
A única chance do Tricolor para tomar a dianteira surgiu nos acréscimos, quando Carlinhos invadiu a área pela esquerda e chutou no lado de fora da rede. Sem outros lances que pudessem ameaçar os goleiros das duas equipes, São Paulo e Red Bull se entregaram ao cansaço e deixaram o estádio com o primeiro ponto somado no Paulistão.
Melhores Momentos:
FICHA TÉCNICA
RED BULL 1 X 1 SÃO PAULO
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Data: 30 de janeiro de 2016, sábado
Horário: 19h30 (de Brasília)
Público: 5.606
Renda: R$ 204.755,00
Árbitro: Marcelo Rogério (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Mauro André de Freitas (ambos de SP)
Cartões amarelos: Luan, Roger e Thiago Galhardo (Red Bull); Ganso, Breno, Alan Kardec, Hudson e Lucão (São Paulo)
GOLS:
RED BULL: Roger, aos 25 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Ganso, aos 43 minutos do primeiro tempo
RED BULL: Saulo; Everton Silva, Willian Magrão, Drausio e Willian Rocha; Luan (Maylson), Nando Carandina e Thiago Galhardo; Igor Sartori (Willie), Misael (Maxwell) e Roger
Técnico: Mauricio Barbieri
SÃO PAULO: Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Breno (Lucão) e Mena; Hudson e Thiago Mendes; Michel Bastos, Ganso (Rogério) e Centurión (Carlinhos); Alan Kardec
Técnico: Edgardo Bauza
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