18 de dezembro de 2013

Guerra no Morumbi!... mas o projeto ficou melhor ainda!



Mais um capítulo da novela Cobertura do Morumbi foi escrito na noite de 17 de dezembro de 2013, as cenas vividas nesse episódio não foram de final feliz no que diz respeito ao início das obras, mas é preciso que se explique bem esse complexo e disputado jogo de xadrez da política tricolor. O contrato com o fundo de investimento que bancará todo o montante do custo da obra precisa ser aprovado pelo Conselho Deliberativo, que se reuniu pela última vez no ano em plenária extraordinária justamente para tal deliberação. Para ser aberta votação era necessário um quórum mínimo de 75% dos 240 conselheiros sãopaulinos, ou seja, 177 precisavam estar presentes para que a votação definisse a aprovação ou não do contrato para a construção da tão sonhada cobertura do Morumbi, mas não foi isso que aconteceu.


Uma verdadeira queda de braço foi travada entre oposição e situação numa disputa onde apenas o SPFC perdeu. Ambos os lados têm razão em seus argumentos, mas a alegação da oposição parece mais transparente, coerente e focada num bem comum. Sem ter acesso aos termos e cláusulas do contrato, o grupo da oposição não entrou no auditório e não assinou a lista de presença da reunião, pleiteando com essa atitude que o documento pudesse ser analisado com calma e a cautela que necessita antes de ser aprovado um acordo de possíveis 20 anos de concessão de parte do estádio. A argumentação da situação não é menos importante e é embasada numa regra de mercado imposta pela CVM, onde a mesma exige que haja confidencialidade dos contratos par a evitar que aconteça algum tipo informação privilegiada no mercado e com isso algum investidor se beneficie de tal privilégio, mas uma aprovação sem apreciação completa dos termos seria uma atitude no mínimo perigosa, o que poderia gerar problemas futuros de grandes proporções.
As coisas poderiam convergir para uma solução mais lógica e correta se os grupos, ou seus líderes, se reunissem para poder analisar ou até indicar um escritório de advocacia idôneo e imparcial que fosse de confiança comum à todos para dar um parecer sobre o contrato. Analisar com calma é preciso pra não se repetir os erros ocorridos nos projetos que vemos pelo Brasil, cercados de brigas e disputas como o Palestra Itália e Arena Grêmio. O material distribuído aos conselheiros não contemplava o contrato inteiro, deixando de fora exatamente a parte protegida por força de sigilo contratual, o que vendo pela ótica do negócio para o SPFC e seus interesses, aprovar um contrato relativamente longo e de valor tão alto, que talvez tenha cláusulas arbitrárias e que poderiam lesar o Tricolor não futuro às cegas, não é uma opção boa. Acerta a oposição de reivindicar a análise prévia, mesmo o contrato aparentemente parecer ótimo, mas que sem uma lida completa de todos sua linhas e entrelinhas fica impossível garantir que o patrimônio sãopaulino esteja seguro.
A guerra por uma quórum suficiente envolveu momentos de ânimos acirrados e até de cenas de pastelão, quando numa manobra no mínimo condenável, a situação tentou trocar a lista de presença da reunião com assinaturas insuficientes pela lista de retirada de Panetones dados aos conselheiros pelo final de ano. O ato foi percebido e prontamente impedido pelos membros da oposição, mas mesmo assim não seria suficiente para que a votação fosse aberta. 140 conselheiros compareceram, faltando ainda no mínimo mais 37 para o quórum mínimo, porém segundo as contas de Juvenal Juvêncio mais 30 membros do conselho simpatizantes da oposição não entraram no auditório, o que também não alcançariam os 177 necessários.
Em suma, a reunião foi realizada sem votação, tendo os microfones abertos aos conselheiros para serem tiradas vossas dúvidas em relação ao projeto, modelo de negócio e pareceria, e da parte do contrato que era de conhecimento de todos, com uma verdadeira sabatinada aos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto e mentores intelectuais das negociações. Discussões acaloradas foram presenciadas e diversas dúvidas sanadas, mas o principal que era a votação e a deliberação do contrato com o fundo não aconteceram, ficando adiada essa resolução para o ano que vem sem data definida. Uma aproximação e transparência por parte da situação para que a empreitada fosse resolvida com aval de todos não aconteceu, e o Morumbi acabou entrando na disputa eleitoral erroneamente. 

A parte boa da noite foi a apresentação do projeto do Morumbi mais evoluído em seus moldes finais. Houveram mudanças na cobertura e consequentemente na "cara" do Novo Morumbi, mas as mudanças foram pra melhor e a casa sãopaulina tem tudo pra ficar mais bonita ainda. Muitos detalhes do projeto foram explicados e isso renderá um novo texto em breve (muito breve), mas de antemão já é possível revelar como ficará o Sacrossanto após a grande obra que o espera, com mais comodidade, conforto e beleza pro torcedor apaixonado pelo SPFC.

O Morumbi é um patrimônio não só do SPFC mas mais ainda do sãopaulino, não pode ser tratado como elemento de campanha ou tocado com leviandade por parte dos dirigentes. Discute-se muito sobre diversos temas no pleito eleitoral, mas a casa tricolor deve estar sempre acima de tamanha e acirrada disputa. O projeto está muito bonito e diferente do até hoje divulgado, mostrando que está longe de estar parado e engavetado, pronto pra servir de promessa política, mas sim em pleno desenvolvimento e pronto pra ser executado. Os moldes das parceria parecem ser muito interessantes, bem pensadas e negociadas, mas é preciso transparência no processo como maior aliada para que o sonho saia do papel e se torne realidade. Cada um com sua razão ou regra, precisam chegar a um acordo pro bem do SPFC.
O texto hoje era pra ser com detalhes e novidades do projeto, mas pelos percalços no caminho dessa longa novela, foi necessário o testemunho do andamento das coisas para evitar julgamentos errôneos. Ambos os lados estão maravilhados com a cobertura linda, Arena de shows e estacionamento que foram projetados. A solução talvez seja colocar velhos amigos, hoje adversários políticos, sentados numa mesma mesa pra debater e tocar o projeto juntos. O diálogo e o trabalho em conjunto resolverão essa pendência.

Os detalhes do projeto e como funcionarão as parcerias, assim como novas e belas imagens ficam para o próximo texto, que deve chegar logo e rápido, assim como o sentimento e vontade do sãopaulino de ver seu Morumbi modernizado e mais lindo ainda. Independente de quem ganhará a eleição, o projeto está sensacional e à altura da grandeza do SPFC... A paciência é uma virtude, a transparência é essencial e o Morumbi é de todos! 


Esse artigo foi escrito por Xandão

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