20 de maio de 2012

Leão e diretoria são-paulina entram em rota de colisão


A cada entrevista, treinador dá estocada nos seus comandantes, que estão insatisfeitos com a falta de padrão tático da equipe.

om os 2 a 0 sobre o Goiás no primeiro jogo, o São Paulo está perto das semifinais da Copa do Brasil. Entre jogadores e comissão técnica, tudo está tranquilo. Porém, entre Emerson Leão e a diretoria de futebol, o clube nunca esteve tão ruim. O episódio do afastamento do zagueiro Paulo Miranda, que o treinador teve de engolir a seco, foi o estopim da crise, que só não explodiu de vez porque o time voltou a vencer logo após a eliminação no Campeonato Paulista pelo Santos.

Os dois lados, embora não admitam publicamente, estão insatisfeitos. Leão, a cada coletiva, dá uma estocada nos dirigentes. Exemplos não faltam. Na terça, quando foi falar sobre o retorno de Paulo Miranda, disse que tinha "prazer" em bancar o jogador, já que "se contrataram, é porque tem qualidade."

Sempre que pode, o técnico fala sobre a necessidade de reforços, principalmente porque atletas importantes estão machucados e ainda vão demorar muito a retornar. Na última sexta, voltou a falar sobre o assunto.

- O time tem carências, por isso é necessária a reposição de peças. Se elas vierem, ótimo. Se não vierem, vou trabalhar com tudo que tenho.

- Quando a diretoria achar que é necessário contratar, nós vamos atrás. Quem contrata no São Paulo é a diretoria, e sempre foi assim. Quando acharmos que precisa, vamos buscar atletas – disse o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes.

Leão também foi contra parte da reformulação que foi feita no início do ano. Ele era favorável à permanência de atletas como Jean e Carlinhos Paraíba que, se não podem ser titulares, seriam boas opções de banco. O treinador reclama que os atletas que eram titulares em 2011 foram negociados e os reservas, sem citar nomes, acabaram ganhando nova chance. Com isso, o time perdeu qualidade técnica.

Na coletiva da última sexta, o treinador não perdeu a oportunidade e atacou novamente.

- Eu queria parabenizar os jogadores que saíram daqui e foram campeões regionais. Mostra que eles também tinham qualidade.

Oficialmente, a diretoria não se manifesta sobre o comportamento de Leão e da equipe em 2012. Os números até mostram uma boa campanha. Em 27 jogos, a equipe venceu 19, empatou quatro e perdeu outras quatro, marcando 62 gols e sofrendo 29, o que dá um aproveitamento de 75,3%. Porém, em conversas informais com pessoas ligadas à diretoria, existe uma insatisfação com o futebol apresentado pela equipe.

As principais críticas são quanto ao comportamento tático da equipe e, principalmente, à maneira equivocada que algumas peças, como o meia Jadson, são utilizadas. Para eles, o time só está vencendo porque as individualidades estão aparecendo e fazendo a diferença. Se dependesse do jogo coletivo, a equipe já poderia ter sido eliminada da Copa do Brasil, como ocorreu no Paulistão.

Como os resultados positivos voltaram a ocorrer e o time está perto de garantir vaga na semifinal, o discurso oficial é de que tudo está bem e todos estão fechados em busca do título. Mas, até mesmo em caso do título da Copa do Brasil, hoje não é possível assegurar a permanência do comandante são-paulino no segundo semestre. Em caso de eliminação, é praticamente certo que haverá um novo treinador na sequência do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Globoesporte.com 

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