31 de outubro de 2011

Vasco 0x0 São Paulo - Empate ruim para os dois times



Por Vitor Birner


Vasco 0×0 São Paulo
O jogo foi equilibrado até os treinadores mexerem nos times.
A retranca preparada por Leão conseguiu parar o Vasco na maior parte do confronto.
Quando não o fez, Denis, o melhor em campo, evitou a vitória cruz-maltina
O São Paulo, dependente dos contragolpes,  não criou nada que mereça destaque por óbvias razões.
Marlos e Lucas não foram capazes de começar e acabar as jogadas direito, e a equipe chegou com poucos jogadores.
Ninguém deixou o gramado de São Januário feliz com o resultado.

Escalações
Vasco – Fernando Prass; Allan, Renato Silva, Dedé e Jumar; Romulo, Felipe, Juninho e Felipe Bastos; Éder Luis e Elton
São Paulo – Denis: João Filipe, Xandão e Rhodolfo; Pirís, Wellington, Carlinhos, Juan, Lucas e Marlos; Willian José

Tanto faz quem era o lateral
O jogo de futebol é uma luta por espaços.
Quem está com a bola tenta abri-los e colocá-la dentro do gol enquanto o que se defende trabalha para não dar espaço e recuperar a esférica.
Os esquemas táticos são a forma de posicionar os atletas para o objetivo ser cumprido.
Por isso os treinadores podem escalar volantes e zagueiros nas laterais, atacantes no meio-campo, volantes na meia…
Tudo depende das características dos boleiros e necessidades da equipe dele.
Muitas vezes leio, por exemplo,  que o time ‘y’ atuou com 3 atacantes quando não é verdade. Ele entrou com 3 atacantes de origem, contudo 2 deles se posicionaram abertos, na meia, e ajudaram nos desarmes.
Cristovão Borges, treinador interino do Vasco, parece compreender isso muito bem.
Jumar cuidou da marcação na lateral-esquerda para Felipe aparecer na meia e auxiliar Juninho e Felipe Bastos na criação.
Na hora da saída de bola defensiva, Felipe se transformou em lateral.
Na prática, o Vasco não ficou desprotegido ali, apesar de não contar com o boleiro capaz de executar ambas as missões.

No contragolpe
Leão montou o São Paulo para se defender e contragolpear.
Utilizou o 3-5-2 conservador, estático, previsível, simples, sem inversões de posição para confundir o adversário..
Xandão, apesar de não ter a caraterística para ficar na sobra de João Felipe e Rhodolfo, lá atuou.
Pirís marca razoavelmente bem e peca no apoio por falta de qualidade técnica. Juan costuma não fazer nenhuma das funções de forma correta.
O time dependia deles para os cruzamentos em direção do Willian José, o centroavante de área.
Os alas, na hora que o soprador inciou o jogo, ficaram na mesma linha dos volantes Wellington e Carlinhos. Os 4 protegeram o trio de zaga.
Lucas e Marlos, os meias, jogaram pelos lados, cooperaram nos desarmes e ainda tinham a responsabilidade de cuidar dos contragolpes.
Willian José não tem velocidade para executar os lances de velocidade na frente.

Iniciativa vascaína
Em casa e diante de seus torcedores que lotaram São Januário, o Vasco tomou a inciativa.
Marcou a saída de bola sob pressão e impediu o rival de sair da defesa trocando passes.
Mais bem preparados na parte tática e donos do meio-campo capaz de prender a gorduchinha, os vascaínos ficaram trocando passes na frente.

Capenga e pouco criativo no 1 ºt
A superioridade não se transformou em chances claras de gols.
Os cruzmaltinos não encontraram espaço em meio ao congestionamento armado por Leão e usaram o lado direito do campo como alternativa de articulação ofensiva.
Jumar, sem qualidade no apoio, e Felipe, muito centralizado, não deram opção de avanços na esquerda.
Allan apoiou bastante, mas sem qualidade. A ausência de Fagner foi sentida.
E Éder Luis do lado direito no ataque também deixou a desejar.

Equilibrado
O primeiro tempo foi equilibrado
O São Paulo chutou mais em gol.
Ambos os times levaram algum perigo contra os gols de Fernando Prasse e Denis, porém não houve oportunidades claras.
Os visitantes falharam nos contra-ataques pelas mesmas razões de quase sempre.
Marlos errou passes demais e Lucas tentou, em vão, jogadas individuais e arremates em gol.

São Paulo muda posicionamento defensivo
O Vasco voltou para o segundo tempo atuando da mesma forma.
Leão repetiu a escalação, contudo adiantou o sistema defensivo.
Os visitantes também pressionaram a saída de bola.

Individualidade gera melhor chance
Allan, aos 3 minutos, driblou Juan com muita facilidade, entrou na área e de frente para Denis chutou.
O goleiro evitou que o Vasco ficasse em vantagem.
O lance individual foi a exceção na partida.
A mudança de postura do São Paulo não mudou a cara do equilibrado confronto.

Várias mudanças em pouco tempo
Os treinadores mexeram bastante nos times
Aos 15, Juninho se machucou e Nilton o substituiu.
A alteração seria medrosa se Cristovão Borges 5 minutos depois não tivesse colocado Bernardo no lugar de Jumar.
O reserva é meia e se posiciona mais perto dos atacantes que os outros atletas da equipe.
Aos 21, o comandante cruzmaltino tirou Felipe e colocou o zagueiro Douglas.
Leão também também mudou o time.
Tirou Marlos aos 19 e colocou Cañete, meia que joga bem perto dos atacantes.
Aos 23, Lucas deu lugar ao centroavante Henrique.
Aos 24, Rivaldo foi a campo na vaga de Willian José.
O veterano e o argentino fizeram as funções de Lucas e Marlos, contudo de maneira diferente.
Ambos prendem a mais a bola e Rivaldo é lento, diferentemente dos titulares que não foram bem de novo.

Vasco cresce. Denis também
Depois das alterações,  o Vasco cresceu e criou chances de balançar as redes.
Aos 29, Elton subiu livre, cabeceou cara-a-cara com o goleiro, que defendeu.
Aos 30, Denis fez um milagre ao impedir a dita cuja de entrar depois de outro cabeceio de Elton.
O Vasco seguiu, em vão, pressionando até o final.
Teve a missão simplificada porque Cañete se machucou e Leão já havia alterado o São Paulo três vezes.

Os rivais agradecem
O empate sem gols permitiu ao Corinthians igualar o número de pontos do Vasco. Nos critérios de desempate, a equipe de Tite está na frente.
O São Paulo sabia que precisava ganhar para não se distanciar de quem está na região de classificação da Libertadores.
Não conseguiu, deixou Fluminense e Botafogo abrirem maior vantagem de pontos, e teve como consolo a derrotado Flamengo, única equipe que o time do Morumbi pode ultrapassar na próxima rodada.

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