Não faltaram vontade e entrega dos jogadores são-paulinos, que
deixaram o gramado ovacionados e aplaudidos pela torcida, mas o
Tricolor acabou eliminado na semifinal da Copa Sul-Americana de
2014. Nos pênaltis, após vencer por 1 a 0 no tempo regulamentar com
gol de Paulo Henrique Ganso, o São Paulo se despediu da competição
continental. O Atlético Nacional-COL, que havia vencido por 1 a 0
na ida, em Medellín, levou a melhor nas penalidades máximas (4 x 1)
e garantiu a sua permanência no torneio.
Os mais de 45 mil torcedores que foram ao Morumbi na noite desta
chuvosa quarta-feira (26) mais uma vez demonstraram o seu amor pelo
clube e foram os destaques do confronto. Cantando os 90 minutos e
com uma verdadeira festa para incentivar os atletas, a torcida deu
um show de esportividade e apoiou os guerreiros tricolores mesmo
após o apito final!
Com os retornos do meio-campista Souza e do atacante Alan
Kardec, que cumpriram suspensão pelo terceiro cartão amarelo no
clássico contra o Santos (1 x 0), pelo Campeonato Brasileiro, o
técnico Muricy Ramalho escalou o time são-paulino com Rogério Ceni;
Hudson, Rafael Toloi, Edson Silva e Alvaro Pereira; Denilson,
Souza, Kaká, Paulo Henrique Ganso e Michel Bastos; Luis
Fabiano.
Com o estádio cheio, a torcida cantou alto e empurrou o São
Paulo. Após o apito inicial, o meio de campo do São Paulo começou
tocando a bola, na tentativa de abrir a defesa do Nacional, e tirar
o zero do placar. No entanto, diante de um adversário bem postado,
a partida começou morna. Então, cheio de vontade, Luis Fabiano
tratou de ajudar na marcação e dar carrinho para contagiar o time e
levantar o público nas arquibancadas.
Assim, a primeira chance surgiu aos 9 minutos. Alvaro Pereira
bateu lateral direto na área do Atlético, que tirou a bola dali. No
rebote, Hudson chutou de longe e deu trabalho ao goleiro Armani.
Organizados, os visitantes encurtavam os espaços e não davam
terreno para os brasileiros jogarem. E foi justamente quando a
chuva aumentou na capital paulista, dando mostras de que poderia
esfriar o jogo, que os anfitriões assustaram de novo.
Aos 15 minutos, Kaká e Michel Bastos tabelaram no ataque, e o
camisa 7 bateu rente a trave. Bom lance para esquentar a torcida
sob chuva forte no Morumbi e empolgar a equipe em campo. Dois
minutos depois, Michel Bastos apareceu bem novamente e deu bom
passe para Luis Fabiano. O Fabuloso bateu cruzado, mas o arqueiro
rival defendeu. Foi mais uma boa chegada tricolor, que tentava
abrir a impecável defesa adversária.
Com dificuldades nas articulações das jogadas, os comandados de
Muricy ainda tiveram que batalhar para conter o ímpeto do Nacional,
que era perigoso na frente. Para responder aos ataques do
adversário, o São Paulo contra golpeou de novo e passou perto de
tirar o grito de gol dos torcedores. Aos 32, a zaga do Nacional
errou e a bola ficou com Michel Bastos. Porém, quando o são-paulino
se ajeitou para o chute, a marcação adversária apareceu para evitar
que as redes balançassem.
Mesmo apertando em busca do tento que mexeria no placar pela
primeira vez, o Tricolor ainda teve que contar com a eficiência e
grande fase do M1TO que, aos 44 minutos, fez boa defesa cara a cara
com Cardona para evitar que os visitantes saíssem na frente antes
do intervalo. "O time deles é bem organizado. O jogo foi pau a pau.
Não pode bater desespero. Temos que nos aproximarmos um pouco
mais", alertou o treinador são-paulino quando se dirigia aos
vestiários.
Na volta para o segundo tempo, para confundir a marcação e dar
outra cara ao time, Muricy alternou o posicionamento de Kaká, que
foi para a esquerda, e Michel Bastos, deslocado para a direita. A
mudança deu certo e logo as oportunidades foram surgindo. Aos 3,
Ganso limpou a jogada no meio de campo e rolou para Michel Bastos.
O meia cruzou para a área, em busca de Luis Fabiano, mas a defesa
do Atlético Nacional interceptou.
Pouco depois, aos 5, Michel apareceu outra vez pela direita. Ele
dominou e bateu para o gol, mas a bola passou pela esquerda de
Armani, que dois minutos depois tirou o ângulo do atleta
são-paulino e impediu o gol. As investidas com o camisa 7 pareciam
ser o caminho para o São Paulo, que não tirava o pé.
Dessa forma, pressionando e sem deixar os colombianos
respirarem, o Tricolor abriu o placar. Aos 8, Ganso cobrou falta
para o meio da área. A bola passou por todo mundo e morreu na rede
de Armani. A vibração do Maestro na comemoração mostrou a garra que
o time estava na etapa complementar. Muito melhor no duelo com
Michel na direita, Ganso com espaço no meio e Kaká na esquerda, os
anfitriões controlavam o embate.
O gol animou o São Paulo, que apertava em busca do segundo que
carimbaria a vaga direta para a final. Aos 24 minutos, Michel
Bastos se livrou do goleiro e cruzou para trás, para Kaká. O meia
ajeitou e finalizou consciente, mas a bola bateu na trave. O lance
animou ainda mais a torcida, que explodiu nas arquibancadas.
A pressão, que já era intensa, ficou ainda mais aguda para cima
dos visitantes aos 25. Luis Fabiano recebeu dentro da área, girou e
bateu. A bola explodiu na trave. No rebote, Michel Bastos não
conseguiu aproveitar, mas estava impedido. O São Paulo se
aproximava do segundo gol, porém, não tinha sorte nas
finalizações.
O Atlético Nacional tentava esfriar a partida. No entanto,
sofria com o ímpeto são-paulino, que mantinha a intensidade. O
Fabuloso também passou perto, aos 26, mas chutou na rede pelo lado
de fora. Para não deixar que o Tricolor diminuísse a pressão,
Muricy promoveu as entradas dos atacantes Alan Kardec e Osvaldo nas
vagas de Kaká e Alvaro Pereira, mas as redes não balançaram
novamente e a decisão foi para os pênaltis.
Nas penalidades máximas, Bocanegra, Valencia, Cardona e Luis
Ruiz converteram as suas cobranças e decretaram a eliminação do
Tricolor, que marcou apenas com Rogério - Rafael Toloi e Alan
Kardec não conseguiram marcar. Na saída do gramado, como forma de
reconhecimento da entrega da equipe, a torcida cantou para
retribuir o esforço dos atletas são-paulinos.
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