O São Paulo registrou imagem de Rogério Ceni e Paulo Henrique Ganso no retorno do elenco ao Brasil após partida disputada no Japão, quarta-feira, em que foi derrotado contra o Kashima, 3 a 2. Os dois atletas aparecem sorridentes dentro do avião. A imagem tem peso, pois contraria declaração dada pelo ex-técnico do clube, Ney Franco, ao jornal O Globo.
Ney criticou a postura de Rogério Ceni à frente do grupo tricolor, acusando o goleiro de ter “fritado” Ganso.
“Ganso chegou num ambiente... Percebeu claramente as coisas. Chegou ao ouvido dele. Havia uma fritura por trás e pode atrapalhar. Nos corredores, era o que se escutava, que quando Ganso jogava o time tinha um jogador a menos”, disse o técnico, ao O Globo.
O ex-comandante do São Paulo acusou Ceni de ser uma figura com grande poder dentro do clube e que traz prejuízos à evolução do elenco.
“Se está bom para o Rogério, este profissional vai bem. Se não, se chega um profissional que ele não concorda, a tendência é ser minado. E nos dois últimos meses de trabalho eu sabia que havia interesse de parte do grupo na minha saída. Depois, Rogério disse que meu legado no clube foi zero. Antes de trabalhar no São Paulo, vários jogadores da base do clube se valorizaram comigo na seleção. Quando cheguei, Jádson e Osvaldo cresceram. O Lucas teve um boom e foi negociado. E subi jogadores. Além de termos ganho a Copa Sul-Americana no fim de 2012", afirmou Ney Franco.
Rogério Ceni rebateu às acusações de Ney Franco. Em entrevista ao GloboEsporte.com e Lancenet.com.br, o goleiro declarou que se tivesse o poder teria mandado o técnico embora do clube há muito tempo.
“Não li tudo direito. Não tenho muito para falar do Ney Franco, nem o momento acho que cabe muito. Mas para vocês não ficarem sem nada, só queria dizer que, se tivesse toda influência que ele acha que tenho, ele estaria no olho da rua há muito tempo. Não esperaria se tivesse o poder de decisão. Sou apenas um funcionário do clube, não decido, não mando. Mas se eu tivesse condições de ter a influência que ele acha que eu tenho, ele estaria longe há muito tempo”, disparou.
Durante um ano, Rogério Ceni e Ney Franco viveram dias tensos no Morumbi. O primeiro atrito público entre os dois aconteceu em outubro de 2012, quando o goleiro e capitão discordou de uma substituição do treinador. Na partida contra a Liga de Loja, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, Ceni pediu a entrada de Cícero, mas Ney optou pela entrada de Willian José. O goleiro reclamou no campo, durante a partida e irritou o técnico.
“Não aprovo, acho que é cada um na sua, cada um fazendo sua função. Se eu achasse que o Cícero tivesse que entrar eu colocaria, então eu não aprovo”, comentou o treinador na época.
Quando Ney foi demitido, entretanto, Ceni voltou a demonstrar descontentamento com o trabalho do seu ex-chefe. “Zero, zero, zero”, disse o capitão do São Paulo ao ser perguntado sobre o legado deixado pelo técnico em 12 meses de trabalho no São Paulo.
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