3 de julho de 2013

No último Majestoso internacional, um duelo entre Casão e Caio Ribeiro


Atualmente comentaristas da TV Globo, ambos disputaram a semifinal da Copa Conmebol de 94: Caio levou a melhor com o 'Expressinho Tricolor'

Corinthians e São Paulo têm uma longa história de rivalidade e um cartel repleto de confrontos em mata-mata. Nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Morumbi, alvinegros e tricolores iniciam mais um capítulo do duelo, pelo jogo de ida da Recopa Sul-Americana. Na última vez em que se encontraram por uma competição internacional, os rivais traziam em seus elencos duas figuras que hoje brilham fora dos gramados: Caio Ribeiro e Walter Casagrande, que atualmente são comentaristas da Rede Globo.

Foi no ano de 1994. Corinthians e São Paulo se encontraram pela Copa Conmebol, que vivia sua terceira edição. Nas arquibancadas, o torneio foi um verdadeiro fracasso: públicos de 6.737 e 2.961 pagantes nas duas partidas. Dentro das quatro linhas, os rivais protagonizaram grandes jogos. No fim, deu Tricolor, com vitória nos pênaltis no Morumbi.

- Sério que enfrentei o Casagrande? Nem lembrava! Naquela época, eu e Juninho estávamos no banco do profissional e descíamos de vez em quando para jogar no time de baixo do São Paulo. Até por isso, não disputamos todos os jogos da Conmebol. Me lembro que o Corinthians veio com um time forte. Se não era o titular, era uma mescla boa. Jogamos no Pacaembu e lá o Corinthians historicamente é muito forte. Vencemos o jogo. Ali percebemos que podíamos ir longe no torneio - afirmou Caio Ribeiro.

De um lado, um Corinthians que estava com a cabeça na reta final do Campeonato Brasileiro - do qual seria vice-campeão, perdendo a decisão para o arquirrival Palmeiras. De outro, o "Expressinho" do São Paulo - apelido criado para caracterizar uma espécie de time B do clube, que disputava competições de menor expressão. Além de Caio, ainda figuravam no elenco Rogério Ceni, Denílson e Juninho Paulista.

 Em reta final de carreira, Casão abriu o placar para o Corinthians no primeiro jogo, no estádio do Pacaembu, com apenas cinco minutos de jogo. Mas a alegria alvinegra duraria pouco: sob o comando de Juninho Paulista, que marcou dois gols em sequência, e Catê, o Expressinho virou o jogo ainda na etapa inicial. Branco voltou a dar esperanças para o Timão, mas Juninho marcou o terceiro no jogo e resolveu a favor do Tricolor. Marques ainda anotou o último do Corinthians. Final: 4 a 3 para o time do Morumbi.

Não havia a regra dos gols fora de casa, que vigora atualmente. E o Timão conseguiu reverter a vantagem: Caio abriu o placar para o São Paulo no jogo de volta, mas Daniel Franco empatou antes do intervalo. Juninho Paulista recolocou o Tricolor em vantagem, mas com gols de Tupãzinho e Viola, o Corinthians forçou as cobranças de pênalti.

Casagrande converteu a segunda cobrança. Caio, último a bater, parou no goleiro Ronaldo. Como Rogério Ceni havia defendido a cobrança de Gralak, a disputa foi para as alternadas. A estrela de Ceni brilhou mais uma vez, e ele evitou o gol de Leandro Silva. Nelson converteu e colocou o Tricolor na final, contra o Peñarol. O título são-paulino viria após goleada por 6 a1 no Morumbi e derrota por 3 a 0 no Uruguai.

- Aquela conquista foi um marco. Foi o primeiro grande título depois que chegamos ao profissional. Enfrentávamos equipes titulares, pegamos Grêmio, Corinthians, Sporting Cristal, todos com os times de cima. Nós eramos moleques, mas éramos um time com muita qualidade e muita vontade de chegar ao elenco principal. O entrosamento era muito grande, já que jogávamos juntos na base. Apesar da inexperiência, tínhamos condições de jogar de igual para igual com qualquer time. Foi o que aconteceu. Fomos passando de fase até pegar o Peñarol na final e ganharmos o título - ressaltou Caio.

Outros confrontos internacionais

A primeira vez que Corinthians e São Paulo se encontraram por uma competição internacional foi em 1956, quando o Timão bateu o Tricolor pela semifinal da Copa do Atlântico. Os são-paulinos levariam a melhor na temporada seguinte, pelo Torneio Internacional Copa Morumbi. Ambos os campeonatos acabaram interrompidos pelo total desinteresse que os cercava à época.

Esse artigo foi escrito por Xandão

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