É velha a lição que ensina que nunca se deve subestimar a capacidade de entendimento do povo. Porque quando menos se espera, ele se levanta e brada.
Às vezes até derruba presidentes, Fernando Collor que o diga.
Os
governos federal, estaduais e municipais passaram os últimos anos
fazendo o contrário do que disseram que fariam, seja na área da saúde,
da educação, dos transportes ou dos investimentos nos estádios para a
Copa do Mundo, que seria a Copa do capital privado e está sendo a do
dinheiro público.
Daí se ouvir palavras de ordem ontem, quando
calcula-se que 250 mil brasileiros foram às ruas, que diziam “Abaixa a
tarifa, manda a conta para Fifa. A Copa, a Copa é enganação. Eu quero
dinheiro pra saúde e educação”.
Parecia que ninguém estava nem aí, não é, cada um pensando só no próprio umbigo.
Pois
o resultado está aí, nas ruas, com cara de que não vai parar tão cedo
por mais que o presidente da Fifa ache que o sentimento pelo futebol vai
superar os protestos e Marco Polo Del Nero, como se quisesse botar mais
fogo no Brasil como seu xará fez com Roma, perguntou: “Foram quantos
que protestaram? Temos 199 milhões que estão trabalhando. E esses
querendo atrapalhar”, afirmou o cartola da Federação Paulista, da CBF e
da Fifa.
É melhor que as autoridades deem as caras, porque bancar o avestruz numa hora dessas é a pior política.
Cenas como as vistas no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa do Rio ou no Palácio dos Bandeirantes são capazes de encerrar carreiras políticas como um frango pode acabar com a vida de um goleiro.
Por Juca Kfouri
Por Juca Kfouri
Realmente não é pelos 20 centavos, mas por todo conjunto da obra. O Brasil está acordando.