12 de março de 2012

Com denúncias da Record, Ricardo Teixeira renuncia à presidência da CBF após 23 anos

Com denúncias da Record, Ricardo Teixeira renuncia à presidência da CBF após 23 anos
Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente da CBF nesta segunda-feira (12).

Em seu lugar, assumirá José Maria Marin, vice-presidente da entidade e que, recentemente, ganhou notoriedade ao roubar uma medalha após a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Para chegar ao ponto de pedir demissão, Ricardo Teixeira viu seu mundo desmoronar. Se antes dizia que tirou de letra a CPI do futebol, instaurada em 2000 e finalizada, sem dar em nada, em 2001, agora o peso das denúncias o abalaram.

Perdeu aliados no governo federal – a presidente Dilma Rouseff não o suporta – e, na Fifa, não tem mais em Joseph Blatter, mandatário da entidade, a figura de um aliado.

Para ficar praticamente isolado, foi fundamental a série de reportagens apresentadas pela Rede Record sobre o cartola brasileiro, em junho do ano passado. Um mês antes, Teixeira já estava em maus lençóis com o documentário da BBC de Londres, que o acusava de ter recebido propina na Suíça.

Foi apenas a primeira denúncia. Em Brasília, deputados começaram a se movimentar para cobrar explicações sobre a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O enriquecimento do mandatário desde que assumiu a direção da CBF chamou a atenção.

A procuradoria do Rio de Janeiro abriu inquérito para apurar as denúncias de corrupção contra Ricardo Teixeira. A decisão do promotor-geral da República, Roberto Gurgel, aconteceu depois que o presidente do PRB (Partido Republicano Brasileiro), Marcos Pereira, apresentar formalmente as denúncias contra Teixeira.

O MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo também pediu a abertura de mais uma investigação contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O procurador da República Marcelo Freire quis que a PF (Polícia Federal) apurasse se houve golpes "de autoria da quadrilha integrada por Teixeira, em desfavor do patrimônio da CBF".

Nessa época, o cartola ainda se achava acima do bem e do mal. Em entrevista à revista Piauí, disse “caguei de montão” para as denúncias. Foi a vez, então, de o torcedor se unir e iniciar uma série de passeatas pedindo sua retirada da CBF.

Sua última cartada para aliviar sua barra perante a opinião pública foi apelar a Ronaldo, antigo desafeto, assumir cargo no COL (Comitê Organizador Local). A jogada, contudo, não teve a força esperada. O Fenômeno mal apareceu na mídia para falar do Mundial.

Como golpe de misericórdia, Ricardo Teixeira viu, nesta última quarta-feira (15), ganharem forças as denúncias feitas pela Rede Record no ano passado. O jornal Folha de S. Paulo publicou que o endereço de uma fazenda prova que o cartola tem negócios com uma empresa acusada de superfaturar um amistoso da seleção brasileira contra Portugal, em 2008, usando dinheiro público do Distrito Federal.

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