27 de março de 2013

2 anos de um gol histórico... O dia em que Rogério foi 100


Que há jogadores de futebol fantásticos no Brasil não há dúvidas. Não só como profissionais, mais também enquanto seres humanos acima da média. Entretanto, há casos raros em que um jogador se torna ele mesmo parte do clube (e não apenas do time), uma figura indissociável ao brasão defendido. É esse o fenômeno que acontece com goleiro Rogério Ceni.

Rogério esteve na reserva de Zetti durante 10 anos, mas nunca desanimou. Quem o via no banco de reservas nunca poderia imaginar o gigante do futebol que estava ali sentado, paciente, esperando o momento de mostrar todo o seu talento. Tanto com as mãos, como através de cobranças de faltas e de pênaltis de refinada habilidade técnica, ausente em muitos “camisas 10”.

Sinto pena das gerações que virão daqui há 10, 20 anos, pois elas conhecerão o então ex-jogador Rogério Ceni apenas através de vídeos e de ouvir pessoas mais velhas testemunharem os lances espetaculares que tiveram o prazer de assistir ao vivo e a cores, com seus próprios olhos. Lamento ainda o fato de que histórias semelhantes a do craque do São Paulo dificilmente voltarão a acontecer, isso devido à mercantilização selvagem do futebol, que trata os jogadores apenas como mercadorias e impede profissionais competentes de construírem carreiras em seus clubes do coração.

Não é exagero nenhum dizer que Rogério hoje está para o gol, assim como Pelé estava para o ataque. Ele provou com sua extrema habilidade que é possível ser o maior goleiro-artilheiro do mundo sem jogar no exterior ou ser titular da "seleção brasileira".

Deus não me deu o privilégio de ver Pelé jogar, mas em compensação me deu a honra de estar viva para assistir a Rogério Ceni, num clássico que o seu clube não vencia há 11 jogos, entrar mais uma vez para a história; Não pelo seu centésimo gol (todos vestindo a camisa do São Paulo Futebol Clube), afinal seu tempo de São Paulo o alçou há muito tempo como o maior jogador do clube (que o diga a atuação fantástica na conquista do terceiro título mundial do time), mas estabeleceu uma marca tão difícil de ser superada quanto os mais de mil gols de Pelé.

Candidatos a goleiros artilheiros já apareceram aqui e acolá, mas não tiveram a sequencia necessária e regularidade especialmente entre as traves, sua função principal, para terem a tranquilidade de serem decisivos também lá na frente.

A camisa feita para ele há alguns anos, com o número 01, é perfeita para designar um jogador que bem que poderia vestir a 10, mas que não é só diferenciado por ser goleiro e craque do time, mas por uma mentalidade diferente perante seus colegas de trabalho, para o bem ou para o mal. 27/03/2011, a exatamente dois anos atrás...

Palavras faltam, então só nos resta tirar o chapéu para reverenciar esse gigante, ídolo mor que a Nação tricolor não se cansa de repetir: Todos tem goleiro, mas só nós temos Rogério Ceni!!!

Esse artigo foi escrito por Roberta Oliveira

1 comentários:

  • Unknown says:
    27 de março de 2013 às 12:47

    Sem duvidas este é um momento que ficará guardado na memória de todos torcedores do tricolor mais amado do mundo!