4 de fevereiro de 2013

No clássico do reencontro, o Santos levou a melhor


Ex-amores são complicados, alguns especiais, outros inesquecíveis ou desprezíveis, depende do ponto de vista, depende de qual lado é o seu olhar. A separação é um passo muito importante, realizado quase sempre com cautela e tristeza, afinal, é de uma relação íntima que estamos falando. E tudo que é íntimo mexe com o coração, mesmo que uma das partes negue se fazendo de forte, mexe. Poses e palavras frias não significam falta de importância.

Após os tramites da separação, cada um segue sua vida, uns felizes, outros tristes, ambos decepcionados. Até que, inevitavelmente, algo que os humanos acreditam desacreditando (destino) apronta e faz com que ex-amores se cruzem, quebrando assim a barreira da distância imposta pelos papéis da separação. Convenhamos, é sempre constrangedor encontrar algo que já foi parte de sua vida, ou totalmente a sua vida, e hoje não é nada além de lembranças.

E lembranças conturbadas. Memórias de um início difícil, sofrimento numa mesa de cirurgia e o ex-amor, como fazem todos os amores, estava ao lado, apoiando, bancando, amando. Lembranças de uma volta lenta, cadenciada. Alguns passos na direção certa e o ex-amor sentia que ali começara uma relação feliz, estável e, no ápice do momento, eterna. O auge... Como é bom chegar lá. Várias vezes então, nossa, qual relação não dá certo assim? Qual?

E em um dos vários clichês encontrados facilmente no Google ou em um Facebook qualquer, a frase: ''Quanto mais alto se chega, maior é a queda''. Como mágica, uma relação estável com clima de lua de mel se estremece... Lá estava ele, novamente inútil, machucado, precisando de atenção. Atenção essa outrora fornecida, agora negada. Talvez - e digo o talvez com muita certeza - se o tratamento do ex-amor fosse igual ao que deu no passado, essa história jamais seria contada.

Crises têm uma razão e um fim. Relacionamentos estão sempre expostos. A idade chega, o amor diminui em alguns casos, outro amor surge e causa ciúmes. E daí, o que antes parecia loucura imaginar, acontece: o amor acaba. Existe alguém, outro alguém. Mais disposto, menos problemático, mais agregador, mais caro e, mesmo assim, mais querido. Como um carro desgastado, usado e abusado, a única coisa a se fazer é entender a situação e saber que acabou. Foi trocado, já não é querido, não serve mais.

Se você é traído, existem várias opções de reação, algumas aceitáveis, outras loucas. Nesse caso, a procurada foi a mais simples. Resolveu mudar, e conseguiu. O carro desgastado, na pior das hipóteses, é seminovo, tem gás, ainda pode ajudar alguém, só não mais o ex-amor. Eis que uma nova paixão aparece e um novo casamento acontece.

Meses depois, quando tudo se encaminha pra um novo rumo, novas perspectivas, desafios sendo superados e com um sorriso no rosto, eis que surge a obrigação de um passeio pelo litoral paulista. Não estranhamente, volta ao lugar onde viveu sua maior paixão. E de repente, não mais que de repente, lá está sua ex-vida, seus ex-amigos, seu ex-amor.

Em campo, o “atual amor” dominou o primeiro tempo, boas trocas de passes entre Jadson, Ganso (personagem principal de toda essa história) e Fabuloso com a velocidade de Osvaldo, mesmo com boas oportunidades o tricolor não marcou seu gol, e ao termino da primeira etapa viu graças ao vacilo da defesa o adversário fazer 1 x 0, ainda teve tempo para Jadson cobrar uma belo falta na cabeça de Fabuloso que fez, porém a bandeirinha anulou o gol que foi LEGÍTIMO.

No Segundo tempo revivemos o fantasma do ano passado, Paulo Miranda dando e seu carrinho na área, prejudicando tudo o que o Ney Franco esperava para a etapa complementar. Jadson diminuiu em ótima cobrança de falta, porém em mais um vacilo numa jogada de BOLA AÉREA os rivais aumentaram a vantagem pra 3 x 1, deixando a missão ainda mais complicada para o tricolor do Morumbi: que jogou muito mais, atacou, mais não aproveitou as chances que teve.

A torcida santista como já era esperado hostilizou seu ex ídolo: Protestos, faixas, moedas jogadas em campo, vaias a cada toque do jogador na bola, agora cabe a nós recebermos ele, de vez, em nosso templo! Fim de casamento, início de outro. Na derrota ou na vitória, nas conquistas ou nos momentos de provação. Que não seja imortal, posto que é chama, mais que seja infinito enquanto dure.

Esse artigo foi escrito por Roberta Oliveira

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