18 de dezembro de 2012

Sete anos do Tri Mundial


Em 1994 o São Paulo se preparava para tornar-se o primeiro clube brasileiro a conquistar a Libertadores pela 3ª vez. Porém, não quiseram assim os deuses do Futebol, infelizmente então, tivemos que ver o Velez Sarsfield sagrando-se campeão naquele ano. Era o triste desfecho da gloriosa geração de Telê Santana, Leonardo, Müler, Cafu, Zetti, Toninho Cerezo e Juninho Paulista.

Devido a obras no Morumbi, o São Paulo viveu anos e mais anos de vacas magras, com apenas três títulos paulistas em 10 anos (1998, 2000 e 2002). Foram os tempos de Sierra, Pavão, Mona, Jean, Amelli e Mário Sérgio Pontes de Paiva. Algumas decepções foram piores: Dida pegando dois pênaltis do Raí na semifinal do Brasileiro de 1999, a horrorosa derrota para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil de 2000 e o fracasso no Brasileirão de 2002. No entanto, debaixo de sol ou chuva, estávamos lá, apoiando nosso time. Mesmo porque o amor verdadeiro jamais morre.

As coisas começaram a mudar com o terceiro lugar no Brasileirão de 2003. Ficamos 10 anos sem disputar o principal torneio do continente, mais graças a parceria Rojas e Milton Cruz, o time conseguiu o terceiro lugar no campeonato brasileiro, e consequentemente a grande volta a uma Libertadores.

Durante todo o torneio a equipe foi bem, estava embalada, jogava bem, e mostrava muita força dentro de casa. Porém, ninguém esperava que um certo Once Caldas fosse acabar com o sonho tricolor de ir a uma hipotética final contra o temido Boca Juniors... A derrota atrasava por mais um ano o sonho inédito Tricolor.

Depois da trágica e dolorosa eliminação, diante da zebra colombiana, alguns jogadores saíram e a equipe perdeu força. O Brasileiro serviu apenas para o time conquistar novamente a terceira colocação e a vaga para a próxima Libertadores, porém dessa vez, os erros e a desatenção de 2004 não seriam cometidos, mesmo porque a pressão da torcida aumentou ainda mais.

Por incrível que pareça, o São Paulo que conquistaria a América e consequentemente o Mundo em 2005 começou a ser construído a partir dos erros cometidos na temporada anterior. Naquele ano nada podia segurar o excrete São Paulino: Enfrentamos a altitude, o racismo, o clássico contra o Palmeiras (Campeão da Libertadores de 1999) e o temível e favorito River Plate, todas adversidades possíveis, mais não demos chances pra nenhuma delas.

Naquela noite fria, alheios as confusões nas imediações, o que se via no lotado Morumbi era um público que não parava de cantar e incentivar. Momentos tensos e de grande felicidade. Pura magia, garra e vontade... Muitos insistiam em acreditar no Atlético Paranaense, porém, após 1x1 no jogo de ida, tivemos um verdadeiro espetáculo no Morumbi.

São Paulo 4×0 Atlético-PR, um massacre. O tricolor aplicava outra goleada em uma final de Libertadores (a exemplo de 1993, quando fez 5 a 1 na Universidad Católica) e conquistava de maneira inquestionável sua terceira Libertadores: 9 vitórias (sete em casa), 4 empates e uma derrota, 34 gols marcados e apenas14 sofridos.

Estavam compensados os últimos anos de fracassos e decepções. O São Paulo de volta ao seu lugar de direito: O TOPO, e de quebra, um carimbo no passaporte para a terceira viagem ao Japão.

E assim foi: No dia 18 de dezembro de 2005, contra o favoritíssimo Liverpool, o São Paulo conquistou o mundo pela terceira vez.

Mesmo tendo se passado 7 anos, impossível esquecer os milagres feitos por Rogério Ceni; O choro comovente do Fabão, daquele tamanho chorando feito uma criança, tudo bem, guerreiros também choram; Os 3 gols dos Reds, corretamente anulados pelo bandeira mexicano, mais fizeram o coração de muito sãopaulino parar por alguns segundos... O passe magistral do Aloísio, e um elemento surpresa chamado Mineiro que fez toda a diferença.

Parece que foi ontem. Que tranquilidade. Que categoria. Que competência. O pequenino gaúcho se transformou num gigante frente ao goleiro Reina e acabou com o tabu de mais de 1000 minutos do Liverpool sem levar gols. Os ingleses foram rendidos pelo talento brasileiro.

Muito antes do apito do juiz, um sentimento passional já invadia os milhões de corações sãopaulinos; Assim como a ansiedade de um adolescente pelo primeiro encontro, assim como o jovem noivo que aguarda sua futura esposa no altar... Assim ficou o nosso coração tricolor, se desmanchando de alegria, e em meio as lagrimas e sorrisos, o São Paulo, de tantas glórias e histórias, pôde finalmente gritar: TRICAMPEÃO MUNDIAL, alias, o único clube brasileiro a conseguir tal feito.
17 milhões de sãopaulinos no Brasil, representados por outros milhares no Japão!

Um time mágico, comandado por um único craque (Rogério Ceni) e diversos guerreiros unidos em torno de um ideal.
Zagueiros: Fabão, Lugano e Edcarlos; Laterais: Cicinho e Júnior; a melhor dupla de volantes do Brasil na época: Josué e Mineiro; Meio Campo: Danilo; Ataque: Amoroso e Aloizio; No banco um técnico experiente e focado no tri: Paulo Autuori.

Não adianta falar em técnica ou tática, todos os jogadores deram o sangue em campo, jogaram com raça e classe, trouxeram para o Brasil um título incontestável, mostrando que pra triunfar, é preciso ter motivação, raça, técnica, e vários detalhes que decidem jogos e competições. Aquele São Paulo tinha isso tudo. A torcida do São Paulo transmitia tudo isso, a Euforia, a Alegria, a Emoção.

Para ser Campeão do mundo, antes é preciso atravessa-lo... 

Parabéns, Tricolor do Morumbi! Você é incomparável!

Esse artigo foi escrito por Roberta Oliveira

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