19 de março de 2012

Finalmente de Ferrari


Wagner Ribeiro disse ao longo da semana que o técnico Emerson Leão não sabia comandar o atacante Lucas, pois este era uma Ferrari e seria necessário conhecimento para dirigi-lo.

Na verdade o tradicional causador de tumultos e empresário, apenas parafraseou a citação de um outro momento Tricolor.

Não é a primeira vez que o elenco do São Paulo é comparado ao tradicional carro italiano. Na final do mundial de 1992, após a vitória sobre o Barcelona , o então técnico do time catalão Johan Cruijff declarou: Podemos ser bons, mas fomos atropelados por uma Ferrari!

Ontem o que vimos foi isso. O São Paulo finalmente mostrando para os mais de 30 mil presentes no Morumbi e para todos os outros que acompanhavam o certame, que tem muito futebol para 2012 e que será difícil de ser batido quando seu jogo é bem explorado.

A partida tinha um peso importante para este início de temporada, principalmente do lado Tricolor. O São Paulo vem de uma sequência ruim em clássicos e, inclusive, teve sua única derrota do ano em um desses contra o Corinthians .

O Alvinegro veio com seu time completo, incluindo os sempre citados Neymar e Ganso. O time que fez a final com o Barcelona no Mundial do ano passado é a equipe a ser batida no momento. É completa, tem bom técnico e está encaixada a mais tempo.

O São Paulo não se intimidou. Para que se encolher em seus domínios quando o time do Morumbi conta com o diferenciado Lucas e o matador Fabuloso?

Desde o início da partida a atitude do São Paulo foi de avançar em suas jogadas, procurando sempre chegar ao gol adversário. O Tricolor controlava a posse de bola e não deixava os dois astros da equipe alvinegra serem acionados. Rodrigo Caio, apesar de improvisado na lateral, conseguiu dar conta do recado e anular o atacante Neymar.

Não tardou a sair o primeiro. Casemiro acertou um balaço de fora da área que desviou em Edu Dracena e abriu o marcador da partida.

Deste momento em diante o Tricolor controlou a partida. Era certeiro nos botes da defesa e chegava bem ao ataque. Em outras circunstâncias muitos diriam que o São Paulo não teria futebol para parar a maquina santista. Surgiram ainda três boas oportunidades no primeiro tempo de aumentar o placar, mas o time acabou desperdiçando.

Não fossem cinco minutos de maior ofensividade Santista, o primeiro tempo seria todo Tricolor.

Na segunda etapa os times voltaram iguais e o São Paulo continuou controlando o jogo.

Mas como diz o velho ditado, quem não faz leva. E, em um confuso escanteio, Paulo Miranda e Denis se atrapalham e Edu Dracena devolve o empate a equipe santista.

Não bastasse o baque do tento levado, em infeliz análise arbitral, Rodrigo Caio recebe o segundo amarelo e é expulso da partida. Como seguidas vezes vem acontecendo nos últimos anos, passamos a atuar no clássico com um jogador a menos.

Entretanto o time não se acovardou. Apesar do obvio crescimento do Santos na partida com um jogador a mais em campo, o Tricolor continuou tentando deixar o seu tento em lances de contra ataque. E, após tabela magistral entre Lucas e Luis Fabiano, só restou ao goleiro Rafael derrubar o centro avante dentro da área.

Pênalti para o São Paulo . Convertido com segurança pelo Fabuloso.

Delírio da torcida presente! Os cantos que haviam se tornado mais apreensivos após a expulsão e o gol sofrido, voltaram a ser entoados de maneira forte no estádio.

Mas o jogo guardava mais emoções. Casemiro, que estava atuando quase como um meia durante parte da partida e colaborando e muito nos desarmes, acabou perdendo uma infeliz bola na entrada da nossa área, que foi bem aproveitada por Alan Kardec, servindo Neymar que driblou Denis e igualou o placar novamente.

Os presentes pareciam não acreditar. Após o empate, a busca pelo segundo gol com com um jogador a menos havia sido um feito muito difícil. Naquele momento tudo parecia desperdiçado.

Entretanto, redimindo-se do erro, nos últimos minutos da partida, Casemiro serve Lucas com belo passe. O atacante arranca em direção ao gol e toca para Cortês livre empurrar e estufar as redes. O chute do lateral acaba batendo no travessão e retorna para o pé do capitão suplente Lucas que, sem perdoar, empurra para dentro do gol.

Festa no Morumbi. Jogo de emoções. Resultado necessário e merecido.

A Ferrari ainda não está correndo o seu máximo, mas começa aos poucos a mostrar o seu motor!

Autor: Publicado por timarantes

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